Câmara ‘presta contas’ à UF Oliveira de Azeméis

Santiago de Riba - Ul Oliveira de Azeméis Madail Macinhata da Seixa Concelho

"É evidente que temos empresas que aproveitam as noites e os fins de semana para mandarem efluentes que não foram tratados para o meio hídrico”, reconheceu o presidente da Câmara Municipal, numa intervenção sobre a poluição das massas de água no concelho

>Esta foi a última sessão da iniciativa do Executivo municipal

A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis encerrou o projeto "Prestar-contas nas freguesias", no passado dia 1 de julho. Para além de dar conta dos investimentos feitos nos últimos anos, o Executivo ouviu os fregueses sobre as suas dúvidas e preocupações. Poluição dos rios, recolha de resíduos, saúde preventiva e acesso à informação foram os principais temas de debate.

 

Bruno Almeida:
Sobre os ecopontos e compostores comunitários: “Vou falar sobre questões ambientais, uma área muito sensível para mim. Vejo que, muitas das vezes, os ecopontos estão muito cheios: penso que deviam colocar-se mais. Sobre a matéria orgânica, os compostores comunitários também estão praticamente cheios. Podia haver mais sensibilização das pessoas e até me inscrevi, nesse sentido, junto do município. [Os compostores podiam ter acesso restrito] para as pessoas que se mostraram disponíveis para separar a matéria orgânica: há municípios pelo país que adotaram essa medida.”
Sobre a poluição das massas de água do concelho: “Sobre a poluição das linhas de água, gostava de perceber o que é que falha aqui? Não será só o saneamento, há também muita indústria. De que forma é que as indústrias deviam ser convidadas a resolver o problema e ser envolvidas na reparação dos danos que causaram?”

Resposta de Joaquim Jorge, presidente da Câmara Muni­cipal de Oliveira de Azeméis:
Sobre os ecopontos e recolha de lixo: “Estes temas [traduzem-se em] contratos brutais e de muitos milhões de euros. O problema é que não podem ser alterados com facilidade, ou seja, não posso pegar num contrato que foi adjudicado por X e duplicar o número de pontos, por exemplo, ou até mesmo reforçar a técnica. Quem trata o lixo indiferenciado é a mesma entidade que recolhe o lixo de forma seletiva: um [serviço] é pago e o outro não. O que é que acontece? Muitas vezes, o serviço não tem a eficiência que devia. Há ainda aspetos que têm que ver com o facto de os serviços serem sempre muito ajustados, nomeadamente à quantidade de motoristas e camiões disponíveis. [Quando algo falha], o lixo acumula-se imediatamente.”
Sobre os compostores comunitários: “Em relação aos compostores, estou de acordo consigo. É preciso continuar a fazer ações de sensibilização junto das pessoas e aumentar a capacidade de recolha. Neste momento estamos a implementar o tal sistema, que permite controlar os acessos e até saber quanto lixo é depositado.”
Sobre a poluição das massas de água do concelho: “É evidente que existem ligações e descargas indevidas, é evidente que temos empresas que aproveitam as noites e os fins de semana para mandarem efluentes que não foram tratados para o meio hídrico. É evidente que temos ETAR que não funcionam como deviam. Mas há aqui um conjunto de coisas que têm que ser feitas em matéria legislativa, [para que] as recolhas sejam feitas por entidades externas e não pelos próprios. É também muito importante que as autarquias tenham alguma capacidade de fiscalização e de punição. Temos problemas com a nossa rede de saneamento e duas ETAR completamente obsoletas, sem qualquer tipo de investimento há muitos anos. Estamos a assistir a descargas permanentes que provêm das ETAR. Como é que isto se resolve? Com um investimento massivo: a de Ossela tem uma candidatura aprovada,e submetemos para a ETAR do Salgueiro."

Ricardo Luceno:
“Podemos ter um bom centro de saúde e bons médicos, mas a prevenção é o que vai ajudar as pessoas a não terem problemas no futuro. Como é que estamos a trabalhar para que as pessoas, de todas as faixas etárias, tenham uma saúde preventiva e não corretiva?”
Resposta de Joaquim Jorge:
“Temos que mudar completamente o paradigma. Os municípios vangloriam-se quando reforçam, ano após ano, as medidas de apoio social. Acho que nos devíamos penalizar quando temos que reforçar os apoios sociais, porque alguma coisa está a falhar no nosso modelo de desenvolvimento, no modelo de integração e na alavancagem social. No domínio da saúde há um caminho enorme a percorrer: temos de devolver coisas como o espaço público e urbano aos cidadãos. Não é fácil, mas é possível.”

Liliana Azevedo:
“Recentemente tive a oportunidade de fazer uma formação em Literacia Financeira e dirigi-me à Biblioteca Municipal por causa das assinaturas de jornais e revistas, com o objetivo de aceder a informações económicas, mas fiquei a saber que tinham acabado. Existe a possibilidade de repor, sendo que uma das funções da biblioteca é democratizar a informação?”

Resposta de Joaquim Jorge:
“Alguns municípios estão agora a adquirir plataformas digitais que têm um conjunto de revistas e jornais de diferentes áreas de atividade. Neste momento ainda não temos, [porque] ainda é um investimento expressivo.  É uma forma fácil de disponibilizar um conjunto de revistas, jornais diários ou semanários de todas as áreas do interesse das pessoas.”

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