Candidatos sublinham papel da juventude na política local

Autárquicas 2025

> Jovens chamados à conversa

Na mesa de conversa promovida pela AzeméisTV, cinco jovens candidatos às autárquicas partilharam experiências e perspetivas sobre a participação da juventude na vida política e comunitária. Entre críticas à desconfiança instalada e apelos à mudança, todos sublinharam que “os jovens são o presente e não apenas o futuro”.

“Sou operária fabril e iniciei a participação política há pouco tempo, mas acredito que os jovens têm cada vez mais espaço na política local. Hoje já não se colocam apenas nomes nas listas, há responsabilidades concretas atribuídas a jovens. A população está a gostar de ver esta renovação, com novas caras e novas ideias, mas o problema é que muitos jovens não querem ainda dar esse passo. As redes sociais são o palco onde se expressam, fazem petições, apoiam associações, mas afastam-se da política tradicional, que continua a perder credibilidade. Cabe-nos inverter este ciclo, mostrar que somos capazes de recuperar a confiança e de provar que é possível fazer diferente. Há uma descrença generalizada, mas eu acredito que podemos contrariar essa ideia de que ‘são todos iguais’, porque o contacto de proximidade e a prova pela ação podem devolver dignidade à política.” 
Eurica Alves (CDU)

“Entrei na política porque acredito que é urgente mudar. Trabalho como operária fabril e sei que muitos jovens se afastam porque acham que a política não é credível. Veem-na como algo distante e sem impacto imediato no seu futuro, mas esquecem-se que a política local é talvez a mais importante de todas, porque define as nossas condições de vida diárias. Os partidos estão a apostar mais na juventude, reconhecem o nosso valor, mas falta que os jovens também reconheçam o seu próprio potencial para fazer a diferença. Acredito que temos de reerguer a comunidade, mostrar que todos contam, que todos têm lugar. Não podemos baixar os braços perante a desmotivação. Defendo que a democracia deve começar cedo, na escola, ensinando desde jovens o valor da participação. Só assim se cria uma geração consciente, capaz de ocupar o espaço político e de o transformar numa plataforma de inclusão e de esperança.” 
Juliana Nunes (LIVRE)

“Sou músico, professor e dirigente associativo, e acredito que a política precisa dos jovens como o hospital precisa de médicos. Não podemos falar de políticas de juventude sem incluir a juventude nos lugares de decisão. A irreverência dos jovens, aliada à experiência de quem já percorreu o caminho, pode trazer inovação e bons resultados. Em Oliveira de Azeméis temos dado passos nesse sentido, com jovens em lugares elegíveis e com responsabilidades efetivas. Mas não basta ocupar o lugar: temos de provar que estamos à altura da confiança que nos foi dada. O meu percurso começou por integrar listas e só depois a juventude partidária, e isso mostra que não há um único caminho, mas todos devem assentar na seriedade e na vontade de servir. O desafio agora é cativar mais jovens, mostrar-lhes que a política é como a música: exige tempo, dedicação e paixão, mas quando se compreende torna-se uma arte transformadora.” 
João Rafael Costa (AD/PSD-CDS)

“Tenho 26 anos, trabalho em gestão logística e estou ligado ao associativismo e à política desde os 18. No Partido Socialista apostamos fortemente nos jovens porque sabemos que temos qualidade e capacidade. Não se trata de estar na moda ou de conquistar votos fáceis, mas de dar espaço a quem pode contribuir com ideias e energia. Só no nosso concelho, apresentamos cerca de 70 jovens candidatos, e isso demonstra confiança e visão. Ainda assim, enfrentamos uma crise de participação cívica: os jovens preferem causas imediatas, como o clima ou a Palestina, mas afastam-se da formalidade partidária. Cabe-nos criar propostas que falem com eles, usar as redes sociais mas também o contacto direto, e mostrar que a política local é transformadora. Defendo orçamentos participativos e assembleias municipais jovens como formas de aproximar gerações. A democracia só é forte quando inclui todas as vozes, e os jovens têm de sentir que contam e que podem mudar o concelho.”
 João Pedro Costa (PS)

“Sou estudante de Recursos Humanos e cabeça de lista à Assembleia Municipal. Sei que é uma responsabilidade enorme, mas também uma oportunidade para provar que os jovens são já o presente da política. Muitos afastam-se porque ouvem sempre os mesmos discursos e sentem que nada muda, mas nós estamos aqui para quebrar esse ciclo. A linguagem política tem de ser acessível, direta, próxima da realidade dos jovens, não um discurso burocrático que ninguém entende. É isso que defendo: falar de transportes, de habitação, de emprego, de problemas concretos. O Chega deu-me esta oportunidade e eu quero mostrá-la como um exemplo, não como um gesto decorativo. Os jovens precisam de sentir que têm lugar à mesa, que podem propor, decidir e ver as suas ideias aplicadas. É essa vivência que motiva, que cria confiança e que faz acreditar que vale a pena participar. Não somos só o futuro, somos o presente e queremos ser parte ativa da mudança.” 
Ema Azevedo (Chega)

“Os partidos estão realmente a dar mais importância aos jovens e a apostar neles. Até agora colocavam-nos nas listas mas sem encargos relevantes. Hoje vemos jovens na Assembleia e até na Câmara, com responsabilidades reais, e a população tem correspondido de forma positiva, apreciando caras novas e ideias diferentes. Contudo, a aposta não basta se os jovens não quiserem entrar. Há cada vez mais desconfiança em relação à política e muitos afastam-se. Participam através de petições online, apoiam associações ou causas comunitárias, mas recusam o envolvimento direto nos partidos. A política tradicional fica esquecida e, por isso, é essencial criar condições para inverter esse afastamento. Os jovens sentem na pele as dificuldades — na habitação, nos custos de vida — e podem ser os melhores porta-vozes dessa realidade. É preciso que essa aposta seja levada a sério, para reconquistar a confiança da comunidade e devolver nobreza à política.” 
Eurica Alves (CDU)

“Vejo que os partidos estão a apostar na juventude e isso é um passo importante, mas ainda noto falta de interesse dos próprios jovens. Muitos consideram que a política perdeu credibilidade e, por isso, afastam-se, mesmo sabendo que a política local é a que mais impacto tem na sua vida. Sem participação local não chegamos à política central nem conseguimos defender valores com consistência. Acredito que é necessário motivar desde cedo, mostrar que todos têm espaço, que a democracia não exclui ninguém. Os jovens precisam de perceber que têm capacidade de mudar e que a sua voz pode transformar realidades. Quando digo que não é baixar os braços, é mesmo isso: temos de mostrar que há lugar para todos e que todos contam. Se a comunidade baixou um pouco os braços, cabe-nos erguê-los outra vez, dar-lhes confiança, incluir os jovens na mesa das decisões e provar que a política pode ser um caminho de mudança positiva.”
 Juliana Nunes (LIVRE)

“Todos devemos preocupar-nos com a política local, jovens e menos jovens, porque é aqui que começa a mudança. Colocar jovens em lugares elegíveis é tão essencial como valorizar a experiência dos mais velhos. O segredo está em juntar irreverência com visão adquirida. Durante anos os jovens não tiveram estas oportunidades e isso afastou-os, mas agora estamos a virar a página. Cabe-nos provar que merecemos essa confiança, apresentando trabalho concreto e responsabilidade. Liderar não é apenas estar numa lista, é mostrar ideias, propostas e capacidade de execução. A política precisa de didática, como a música: leva tempo a compreender, mas quando se percebe a sua riqueza, torna-se fascinante. Não podemos obrigar ninguém a participar, mas temos de cativar, de mostrar o benefício de estar connosco. É essa a missão das juventudes partidárias: formar, dar instrumentos e preparar líderes para o futuro, porque sem isso não haverá renovação.” 
João Rafael Costa (AD/PSD-CDS)

“Comparando com eleições anteriores, hoje vejo muitos mais jovens em lugares cimeiros. No Partido Socialista temos cerca de 70 jovens entre os 300 candidatos e isso não é simbólico, é uma aposta clara. Mas o desafio maior é combater a crise de participação cívica. Não é só na política: clubes desportivos e associações também sofrem pela falta de gente mobilizada. Os jovens aderem mais facilmente a causas imediatas, como o ambiente ou questões internacionais, mas resistem à formalidade dos partidos. Temos de falar a sua linguagem, usar redes sociais mas também o contacto direto, e acima de tudo apresentar causas locais que os mobilizem. Defendo políticas específicas: aumentar bolsas de estudo para o ensino superior, apoiar o arrendamento jovem e a aquisição de habitação. São medidas concretas que mostram que a política local toca o quotidiano. Só assim se constrói credibilidade e se devolve aos jovens a vontade de acreditar e participar.”
 João Pedro Costa (PS)

“Muitos jovens sentem que a política é um espaço fechado, sempre com os mesmos protagonistas e as mesmas promessas. Isso gera desconfiança e desmotivação. Além disso, a linguagem usada é muitas vezes burocrática, distante da realidade do dia-a-dia. Eu acredito que é preciso falar simples, direto, sobre o que interessa: transportes, habitação, emprego, condições concretas da nossa comunidade. O Chega mostrou que confia nos jovens ao colocar-me como cabeça de lista à Assembleia Municipal. É uma enorme responsabilidade, mas também um sinal de mudança: não se trata de enfeitar listas, mas de dar lugares de decisão. A política local não pode ser vista como distante, tem de estar ligada à vida real, ao que define se temos escola, se temos transporte, se temos onde viver. Os jovens só acreditarão quando perceberem que as suas ideias podem ser aplicadas e que não são apenas convidados de ocasião. É essa proximidade que nos pode devolver à política.” 
Ema Azevedo (Chega)
 

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