9 Jul 2025
Bloco de Esquerda Autárquicas 2025
>Candidata do Bloco de Esquerda à União de Freguesias de OAZ
Carolina Amaral tem 23 anos de idade e é candidata à União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madail, pelo Bloco de Esquerda. A candidata é estudante de mestrado de Economia e Gestão na Faculdade de Economia do Porto (FEP) e dedica a maior parte do seu tempo a fazer voluntariado. O seu grande objetivo é lutar contra as desigualdades.
A ESCOLHA PELA POLÍTICA. “Durante todo o meu percurso académico fiz voluntariado, mais precisamente, a lutar contra as desigualdades a nível da educação, que considero um recurso fundamental. Foram cinco anos de voluntariado que estão agora a terminar, daí a minha procura por continuar a ser ativa na sociedade e arranjar esta candidatura para a Junta de Freguesia como uma maneira de me manter ativa e de continuar o meu percurso no mundo do ativismo.”
ATIVISMO E ASSOCIATIVISMO. “A associação que fiz parte realmente é do Porto, foi lá que a conheci, foi onde eu estudei e onde passei a maioria do meu tempo. A nível do associativismo local, acabei por ficar mais perdida porque na altura do meu secundário não tinha nada que me chamasse muito. Foi mais na faculdade que o associativismo me chamou e a parte da política sempre foi muito ativa a nível de querer perceber mais, participar em todos os projetos como parlamentos jovens.”
O BLOCO DE ESQUERDA. “Eu sempre me identifiquei com uma pessoa de esquerda, acho que isso foi bastante evidente desde cedo e, como todas as pessoas, fui vendo e percebendo quem é que eram os candidatos com quem mais me identificava, quais eram as políticas com que mais me identificava e a minha militância no partido começou em 2021, depois do resultado das eleições legislativas. E foi o resultado e a subida da extrema-direita que finalmente me fez sair do sofá e fazer alguma coisa. Com a política e com o associativismo, acabei por perceber que realmente o pouco que nós podemos dar já é muito e pode mudar a vida de muita gente e acabei por impactar muita gente com 5 anos de trabalho.”
DIAGONÓSTICO ATUAL DAS FREGUESIAS. “A questão mais evidente e mais gritante tem sido a parte da privatização da água e do contrato ruinoso com a Indaqua. Eu moro num apartamento, somos quatro, a minha família e o meu agregado familiar, e nós temos meses em que chegamos a pagar 100 euros de água. Estamos num país em que o ordenado mínimo é 800 euros, ou seja, tirar essa grande parcela do ordenado para pagar uma coisa que é um recurso tão essencial como a água, é uma coisa ridícula e tem de ser discutida e tem de ser pública. Temos de tentar reverter o que foi feito, que não foi bem feito, porque temos um serviço muito pouco transparente, temos um serviço que é de má qualidade e que realmente tem custos muito altos e não se justifica. A habitação é outra questão, tanto a nível da União de Freguesias com a nível global no país. Vejo esta crise na habitação como uma coisa que é constante, mas que nós a nível local temos de combater e temos sempre maneiras de o fazer. Por exemplo, procurar edifícios que estejam volutos em Oliveira de Azeméis e conseguir mudá-los para serem habitação de custo controlado, habitação social, tudo isso seriam coisas que podiam ser pequenos passos para nós, mas que seriam grandes passos no futuro e que poderiam também chegar a todo o país. Há constantemente falta de abastecimento de água. Temos bastantes pessoas ainda nestas freguesias que não têm acesso ao saneamento.”
SOLUÇÕES. “Eu acho que a prioridade seria mesmo tratar da questão da água, voltar a rever o contrato com a INDAQUA, porque realmente é um contrato que foi maltratado, mal feito e tem de ser revisto, tem de ser resolvido a situação. Eu acho mesmo muito mau haver um recurso tão essencial como a água a ser privatizado desta maneira tão egoísta e tão cruel, que é torná-la uma coisa que se calhar muitas famílias não conseguem pagar. Acima de tudo, o nosso objetivo era mesmo voltar a tornar este recurso público. Sabemos que com contratos e com coisas legais assinadas, torna-se mais difícil poder só voltar atrás e reverter um contrato, mas pelo menos criar tarifas mais baixas para as pessoas consigam aderir e melhorar a qualidade do serviço, porque se estamos a pagar a uma empresa privada para estabelecer o nosso serviço e para continuar a manter a nossa água, pelo menos ter água em casa seria o mínimo dos mínimos. Temos de começar pela linha mais baixa, porque a parte da habitação já requer um maior investimento, requer um maior trabalho por parte do município todo e não só das freguesias, porque os edifícios que existam e que estejam degradados e que tenham de ser arranjados, provavelmente vão ser propriedade da Câmara e não das freguesias e teríamos de tratar de muito mais burocracias.”
O RIO UL. “A crise climática é uma coisa que ouvimos falar todos os dias e apesar do caso do rio UL ser importante, claramente que não é o único problema e não é a única fonte de contaminação que existe nestas freguesias. Portanto, começando por aí, teríamos de ir ver todos os problemas que há nas freguesias e como são tantas e é um território tão extenso, teria de ser mesmo um levantamento local feito com a população, ver quais são os problemas que eles encontram.”
ENQUANTO AUTARCA. “Enquanto autarca de uma junta de freguesia e como presidente de uma junta de freguesia, tenho de estar perto das pessoas, ouvir as suas preocupações, ver o que é preciso mudar e não trabalhar só no ano de autárquicas, que é uma coisa que se tem visto bastante nas nossas freguesias, que é o arranjar das estradas nesta altura, o aparecer tudo o que era pedido há quatro anos feito agora. Nós queremos fazer um trabalho contínuo para tentar deixar aqui o município e as freguesias num estado melhor do que o encontramos.”