Uma vida em prol da indústria há duas gerações”, foi assim que o administrador da Celar, Nuno Azevedo, descreveu ao Correio de Azeméis o significado do 43.º aniversário da empresa assinalado a 19 de maio. O empresário realçou que os ideais e a estratégia da primeira geração da Celar se mantêm, seja na perspetiva de fabricar o que produzem, seja na ligação familiar que têm com os colaboradores.
Marta Cabral
Foram quatro sócios, de quatro famílias, que fundaram a empresa cesarense. A criação de emprego é importante para a administração, uma ação que Nuno Azevedo caracteriza como uma herança dos seus antepassados. “Contribuir para a sociedade é muito importante para nós”, enfatizou o empresário em declaração ao Correio de Azeméis. Neste aniversário, tal como em todos os outros, a Celar tem uma particularidade – a entrega de um relógio aos colaboradores que fizeram 20 anos de casa. “Esta é uma das nossas tradições e um símbolo do nosso apreço pelo trabalho realizado”, explicou Nuno Azevedo.
O administrador considerou que, em simultâneo, o maior obstáculo e a maior conquista da empresa dizem respeito à mesma situação: a criação da marca Celar. “Criar uma marca foi uma ideia brilhante dos nossos fundadores. Com uma grande persistência, hoje em dia é a marca que é”, sublinhou Nuno Azevedo. “É fundamental termos uma marca; é uma mais valia. Podíamos ter optado por marcas existentes no mercado, mas lutou-se pela conquista da Celar”, declarou o empresário. Prova do sucesso da Celar são os 105 colaboradores da empresa, as cerca de mil lojas com produtos Celar em Portugal e a média de cinco mil artigos produzidos por dia.
Ângelo Azevedo
Um exemplo de vida

António Magalhães *
De modesto operário da extinta Oliva, para onde se dirigia desde Cesar, montado na pasteleira, até empresário de sucesso, autarca impoluto, apaixonado defensor dos interesses e do progresso das suas e nossas terras, assim poderá resumir-se, em breves palavras, o longo e preenchido currículo de Ângelo Azevedo. Porque o percurso de vida não cabe num curto apontamento.
O primeiro êxito no mundo dos negócios terá acontecido na defunta União Industrial de Cesar, braço direito do dinâmico e saudoso empresário Paulo Elisiário, que cedo se apercebeu dos seus talentos e cuja morte precipitou a saída da empresa, com mais três companheiros de rota, determinando a fundação da Celar. A agonia da União Industrial de Cesar chegaria em breve.
Paralelamente, o amor a Cesar levou-o à direcção do Cesarense, então em momento de crise, depois à presidência da Junta de Cesar, vice-presidência da nossa Câmara. Numa segunda fase à presidência da Assembleia Municipal, depois da Câmara, presença no Conselho Económico. Do seu primeiro período – e porque a memória é demasiado frágil, consequentemente injusta – de recordar a aquisição do chamado Palacete do Comendador, primeiro infantário, a delegação do Instituto, embrião do actual Centro de Línguas, o Tribunal do Trabalho, o Liceu, a Casa do Povo de Cesar, com pavilhão, hoje sede dos serviços da Segurança Social, o restauro da arruinada Escola Justino Portal, a criação da então Escola Preparatória de Cucujães. E agora que parece ter chegado a hora, talvez de recordar a criação do então posto e a aquisição do terreno onde agora, assim se espera, surgirá o almejado quartel da GNR.
Do vasto programa da presidência camarária pós 25 de Abril, por certo ainda resistente nalgumas memórias, destacar-se-ão, em meu juízo, a Via do Nordeste, o acesso à A1 em Estarreja, a variante a Vale de Cambra, a criação do Pólo da Universidade de Aveiro (havendo de vencer uma poderosa concorrência), a instalação da Escola de Enfermagem, a criação e construção das Escolas EB 2,3 de São Roque, de Loureiro, do Pinheiro e de Carregosa.
Em suma, e talvez acima de tudo, um coração generoso, um carácter sem mancha, uma esmerada educação, um sorriso cativante, uma vontade até à exaustão, um total desprendimento, um amante da verdadeira amizade.
* Colaborador Correio de Azeméis