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Correio de Azeméis

11 Mar 2025

Cinco décadas de Dia Internacional da Mulher

Concelho

Na foto, da esquerda para a direita: Ana Margarida Ramalho, Odete Roma, Fanny Martins, Filipa Santos, Helena Terra, Ana Isabel da Costa e Silva e Joana Barbosa.

> Moderado por Helena Terra, seis mulheres debateram sobre ‘O Papel da Mulher na Sociedade’

Celebrado no dia 08 de março, o Dia da Mulher remonta a 28 de fevereiro de 1909. Depois de vários anos a ser celebrado com data incerta, no dia 08 de março de 1975, as Nações Unidas instituíram esse dia, como o Dia Internacional da Mulher.

O Grupo Correio de Azeméis decidiu promover um painel de conversa, moderado por Helena Terra e composto por mais seis mulheres: Ana Isabel da Costa e Silva, Ana Margarida Ramalho, Fanny Martins, Filipa Santos, Joana Barbosa e Odete Roma, de forma a falar sobre ‘O Papel da Mulher na Sociedade’.

“É importante celebrarmos este dia, mas eu acho que nos estamos a esquecer de alguma coisa, porque sinto sempre que parece que se está a perder alguma coisa. E acho que de facto as políticas deviam ser diferentes ao nível da educação, porque os meninos no jardim infantil deviam ter acesso a outras formas de estar, de se relacionarem, de pensarem os problemas, de pensarem o respeito e a igualdade que deveria existir entre todos. A escola está a promover a excelência, acho muito bem, mas também temos que promover a excelência ao nível de respeito, da igualdade por todos”
Ana Isabel da Costa e Silva, arquiteta

“Eu acho que mesmo que tivéssemos adquirido tudo o que nós queremos, toda a igualdade, continuaremos sempre a celebrar [o Dia da Mulher].Porque a mulher é o ventre do mundo. E só por isso já vale ser celebrada, sempre.”
Ana Margarida Ramalho, escritora 

“Nós mulheres que temos a dádiva de poder gerar vida dentro de nós, durante a gravidez, o nosso coração aumenta de tamanho, fisiologicamente. Para quê? Para poder bombear mais sangue para o ser que está a nascer dentro de nós e a crescer. Então eu acho isto incrível e eu vejo a mulher assim, com uma competência enorme de bombear a humanidade.”
Fanny Martins, terapeuta

“Confesso que me deixou triste agora esta última frase que a Helena [Terra] disse de que as mulheres têm que agarrar as oportunidades e quando as agarram é para fazerem bem. Concordo, mas porquê é que as mulheres têm que ter menos oportunidades? Porquê é que a mulher tem que lutar mais do que um homem? É isso que ainda me entristece um bocado nos dias de hoje mas felizmente temos mulheres nesses cargos, mulheres que são bons quadros na política e nas suas empresas, nos seus empreendedorismos.”
Filipa Santos, JSD

“Nunca houve uma ministra da Economia ou das Infraestruturas. Sinto que esta questão da igualdade tem sido um bocadinho mascarada pela figuração feminina na Assembleia da República. Mas a verdade é que ainda há um certo machismo na política. Porque estas pastas, consideradas mais difíceis, são deixadas ao encargo dos homens. É muito difícil uma mulher conseguir chegar a essas pastas, tendo ela as mesmas competências. É só um pequenino exemplo.[As mulheres] ficam normalmente com as pastas mais soft, como é o caso da pasta da Cultura, sempre ocupada por uma mulher”
Joana Barbosa, JS

“Eu para casar com o meu marido, tive de pedir autorização e veio em Diário da República a autorização para me casar. Portanto, era assim a vida das mulheres. Quase tudo lhes era vedado. Encontrávamos sempre barreiras. Não digo que neste momento as barreiras tenham sido todas dissipadas. Ainda há muitas para derrubar. Por isso eu acho que o Dia da Mulher deve continuar a ser celebrado e mais, ser manifestado.”
Odete Roma, presidente da USOA

 

Correio de Azeméis elogiado pela iniciativa
“Salientar o facto de nenhuma das estruturas partidárias que temos no nosso concelho, ter organizado uma tertúlia a propósito deste tema e de ter sido um grupo de comunicação social que o fez. Quando falamos no primeiro, no segundo, no terceiro e no quarto poder, se calhar, nós precisamos, numa altura em que alguns notáveis falam dos perigos da polarização de extremos pouco democráticos,  precisamos efetivamente de um quarto poder atento e vigilante. O meu pessoal agradecimento à iniciativa levada a cabo pelo grupo Correio de Azeméis.”
Helena Terra, advogada
 

 

 

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