27 Nov 2024
> Nelson Alves
Ontem festejou-se pela primeira vez de forma oficial, a data do 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República. Eu cresci a ouvir que o dia 25 de Abril era o Dia da Liberdade e, de facto, não há dúvidas de que a “Revolução dos Cravos” uniu todos os portugueses naquela madrugada e manhã que puseram fim a 48 anos de ditadura. No entanto, podemos agradecer às pessoas que a partir do dia 25 de Novembro de 1975 acabaram com as pretensões daqueles que queriam transformar Portugal numa espécie de “filial” da União Soviética nesta ponta da Europa Ocidental. Sabe-se agora que algum tempo antes, o então secretário-geral do PS Mário Soares tinha-se reunido com o primeiro-ministro James Callaghan para coordenar uma possível intervenção militar do Reino Unido em Portugal caso irrompesse um golpe de Estado comunista… e claro, uns dias antes (6 de Novembro), o mesmo Mário Soares tinha acusado Álvaro Cunhal de ter esse objetivo, no famoso debate do “Olhe que Não, Olhe que Não!”.
Consegue o caro leitor imaginar Portugal sem esta democracia representativa – imperfeita, é certo! – nos últimos cinquenta anos? Se em vez de se poder optar por vários partidos políticos, tivesse apenas uma opção? Se em vez de ter a PIDE e os bufos à escuta, tivesse uma espécie de Stasi a bater-lhe à porta?
Também não devemos esquecer o papel dos radicais da extrema-direita naqueles tempos conturbados, pelo que até por esse motivo, se deve celebrar a pluralidade que nos foi proporcionada pela clarificação que aconteceu na sequência do 25 de Novembro.
Um dos pontos que mais gostei quando aderi à Iniciativa Liberal, foi esta busca constante e intransigente pela liberdade e esta luta contra a hipocrisia de certos partidos, que usam a democracia para difundir mitos e utopias, escamoteando factos históricos, e escondendo do povo os seus reais objetivos ideológicos, económicos e sociais. Não é que seja muito importante agora, mas não foi o nosso partido que tentou impedir outros partidos de desfilarem pela Avenida da Liberdade abaixo, durante as comemorações do 25 de Abril.
Ontem, o antigo Presidente da República General Ramalho Eanes esteve presente no Parlamento, mas um certo partido recusou-se a estar presente. O caro (e)leitor tire as suas conclusões...
Viva a Liberdade, viva a Democracia, Viva o 25 de Novembro!
* Representante do IL
nelson alves *