Coluna Liberal (IL)

Opinião Política Iniciativa Liberal

> Ricardo Campelo Magalhães

Ferreira de Castro e o Espírito da Liberdade: Parte 1
José Maria Ferreira de Castro (1898–1974), natural de Ossela, Oliveira de Azeméis, foi muito mais do que um romancista de projeção internacional. Foi um defensor intransigente da liberdade, tendo-se afirmado como anarquista e antifascista, comprometido com a justiça social e a autonomia do indivíduo.
Desde cedo enfrentou a dureza do mundo do trabalho, especialmente durante a juventude passada na Amazónia, experiência que inspirou a sua obra A Selva. Esse contacto direto com a exploração e a desigualdade moldou a sua consciência libertária. De regresso a Portugal, envolveu-se no movimento anarco-sindicalista e colaborou com o jornal A Batalha, onde combateu ideologicamente o autoritarismo, incluindo o do Estado Novo.
Ferreira de Castro nunca se alinhou com o comunismo, por recusar o centralismo estatal. Preferia uma visão libertária e humanista, inspirado por pensadores como Bakunin e Kropotkin, onde as comunidades se organizassem de forma autónoma, horizontal e solidária.
Embora à primeira vista distantes, o anarquismo que Ferreira de Castro defendia e o liberalismo contemporâneo — como o proposto pela Iniciativa Liberal — partilham valores fundamentais: a defesa da liberdade individual, o repúdio ao coletivismo autoritário e a valorização da autonomia e da responsabilidade pessoal.
No presente, a Iniciativa Liberal (IL) representa uma nova forma de defender esses mesmos valores de liberdade e responsabilidade individual. Propõe reformas que limitam o papel do Estado, promovem a iniciativa privada, e protegem os direitos dos cidadãos contra abusos de poder — ideais que ressoam com a tradição libertária de Ferreira de Castro, mesmo que por vias diferentes.
Enquanto os anarquistas visam a eliminação total do Estado, a IL defende um Estado mínimo, funcional e vigiado. A ponte entre ambos é o compromisso com a liberdade e a recusa da opressão — seja ela política, económica ou ideológica. Ferreira de Castro, se vivesse hoje, talvez desconfiasse dos partidos, mas reconheceria na IL uma continuidade moderna da luta que começou há um século: a luta por uma sociedade livre. 

Ricardo Campelo Magalhães, Coordenador do Núcleo de Oliveira de Azeméis da Iniciativa Liberal

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