22 Feb 2022
Associação Nacional da Imprensa Regional*
O comércio de rua tem vindo a mostrar que tem futuro. Muitas são as marcas conceituadas que estão a regressar à rua, não se limitando à presença nos grandes shoppings. Contudo, o comércio tradicional diz-se prejudicado pelos horários das grandes superfícies. Abertos todos os dias e até horas tardias.
Protestar de nada vale. É preciso que os comerciantes tenham uma atitude de resiliência, de adaptação às novas realidades.
E a questão pode não se resumir à concorrência dos shoppings. Pode também dever-se a novos hábitos dos cidadãos. A novas realidades. Uma delas poderá encontrar-se na menor disponibilidade de tempo que hoje as pessoas têm. Longe vão já os tempos em que muitas mulheres não tinham empregos exigentes em horários. Hoje, poucas são as que têm disponibilidade para visitarem as lojas no horário de trabalho.
O comércio terá que se adaptar a esta realidade. Tem que ter as portas abertas fora dos horários de trabalho.
Nuestros hermanos podem ajudar à inspiração. Os nossos vizinhos de sempre alargam horas de encerramento durante o dia, para funcionarem até mais tarde. As pessoas podem, assim, sair dos seus empregos e ir às compras no comércio de rua.
Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha. O comércio de rua tem que se adaptar à disponibilidade dos potenciais clientes.
Por muito que custe, todos sabemos que há que adaptar às novas realidades. O modo como funcionava ontem não funciona hoje. E amanhã será diferente de hoje. Temos que acompanhar as mudanças.
* jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional