Catarina Gomes *
Na terapia de casal, o tema mais presente é mesmo a comunicação. Com o passar do tempo, é natural criarem-se ciclos negativos e padrões de comunicação que ampliam o distanciamento.
O que não é uma comunicação intencional: querermos mostrar que temos razão e corrigir algo; não irmos para conversar, nem com a postura “eu oiço-te e ouço-me”; o corpo acompanhar com postura rígida e tom de voz altivo.
O que é sair deste padrão: irmos com a intenção de nos darmos a conhecer, de mostrarmos o nosso ponto de vista; curiosidade em conhecer o outro, ouvir o que tem para me dizer; corpo acompanhar com postura menos defensiva e tom de voz tranquilo.
Algo que não podemos fazer é assumir que o que vamos falar não é importante para a outra pessoa, e isso leva-nos logo a adotar uma postura mais agressiva. E o outro pode acabar por não dar a sua opinião porque sente que não tem espaço.
Outros prontos que podem prejudicar uma comunicação intencional: ir para a conversa com demasiada alteração emocional (tendência de tom acusatório, julgamentos, reatividade); não dar tempo e espaço ao outro.
Quanto temos a intenção base de irmos para a comunicação para chegar a um entendimento, podemos ter uma oportunidade de crescer, quer individualmente, quer em relação.
Ter conversas difíceis num espaço saudável, vai definir a qualidade da relação que estamos a criar. Conhecer-me em primeiro lugar e partilhar aquilo que sou com o outro, esse é o primeiro passo. Quanto melhor me conheço, melhor vai ser a forma como comunico com o outro.
Vai tudo dar aqui, o meu autoconhecimento terá um grande impacto na qualidade das minhas relações. A qualidade das minhas relações tem um impacto muito grande na minha vida.
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*Psicóloga, Terapeuta Familiar e de Casal