Construir o futuro
CDS
António Pinto Moreira *
Chegaram as dores, agora são os vendedores do mercado, amanhã serão os compradores, depois serão todos os oliveirenses, e por tempo prolongado.
Os vendedores não vão ser deslocados para uma sub-cave desconhecida da maior parte durante pelo menos dois anos a pensar que fiquem com melhores condições no final. Não. O que está em causa é que têm de ser desalojados para se poder fazer as obras de um Centro Coordenador de Transportes.
Em termos ambientais, a ideia de uma centralidade que inclui transportes públicos não é boa. A rede viária do centro da cidade, como sabemos, está lotada, o trânsito já é difícil no dia a dia, não se está a pensar em baixar os níveis de gases carbónicos e nítricos no centro da cidade.
A obra já foi adjudicada por um valor anunciado de 3,7 milhões de euros. Mas o preço não vai ser este. Assim, temos de somar os custos de adaptação de um mercado provisório. Depois há os custos da mudança de todo o equipamento dos vendedores. Terá de ser pago aluguer do espaço. Mais tarde, será necessário a logística toda de reinstalação no local definitivo. E há que somar as perdas e imprevistos. Por exemplo, as câmaras de frio dos talhos foram compradas e pagas pela Câmara há 20 anos aquando da instalação do atual mercado. Estes equipamentos, pela sua natureza delicada, aguentam o transporte para o Intermarché ida e volta em 2 anos? Tenho dúvidas.
Além da estratégia de um centro coordenador e da logística de andar com um mercado de um lado para o outro, o que é que fica no final? Ficam duas coisas:
Primeiro, está demonstrado que o mercado não terá capacidade para todos os atuais vendedores, logo, vai ter de impacto negativo na economia.
Segundo, a menos de 300 metros do mercado vai ser construído um hipermercado da rede Mercadona.
* Presidente da Comissão política do CDS-PP
Partilhar nas redes sociais