Construir o futuro

A boa notícia das eleições do passado domingo é que já não vão ser precisas geringonças, o país livrou-se da interferência da esquerda e da esquerda radical sempre com ensaios de mão no governo.
O CDS perdeu com uma derrota pesada. Não é o fim do mundo, mas é uma situação complicada. A política é o que é e o povo quis a estabilidade com o PS. Por isso, democraticamente, parabéns a todo o Partido Socialista pela grande maioria absoluta, que poucas vezes esteve no horizonte, e o que se deseja agora é que se resolvam os problemas de Portugal, sem desculpas. Que a economia cresça, que a justiça se dignifique, que a saúde seja um bem inegociável para todos, que a educação seja efetivamente para aumentar a literacia de todos os portugueses.
Politicamente, o país tende para dois blocos, que no futuro marcarão a alternância no sistema político, não tenho dúvidas.
Por agora, o PS teve o mérito de diminuir a influência dos partidos à sua esquerda, que perderam eleitorado. Captou votos ao BE e à CDU e assim chegou a uma maioria absoluta. A direita, pelo contrário, está espartilhada e é um conjunto desagregado de partidos, onde são mais as variáveis que os separam. Quer variáveis de ideologia, quer de ação. Vai demorar tempo até a direita se alinhar por um projeto corporativo em comum.
Quanto ao CDS, vai fazer a sua estrada. Desde a fundação da democracia, passando por muitos altos e baixos, agora estará fora da Assembleia da República. Mas vai voltar, estou convicto. Os resultados eleitorais refletem uma tendência generalizada do eleitorado. Francisco Rodrigues dos Santos foi autêntico, pelos debates que travou, pelos discursos que proferiu, pela proximidade que granjeou nas ruas. É um ser humano brilhante. Vamos ao futuro.
 * Presidente da Concelhia do CDS-PP