7 Feb 2022
António Pinto Moreira *
Passada já uma semana depois das eleições legislativas, que assente a “poeira”. É preciso ir ao trabalho. Que o Governo tome posse tão breve quanto possível e comece o seu mandato com determinação. Não está fácil para um país que economicamente foi ultrapassado por sete países da União Europeia em poucos anos e está em “convergência” com a cauda da Europa. Não se pode continuar no “porreirismo” de distribuir o que se não tem.
São vários os setores da economia que gritam com falta de trabalhadores, sejam qualificados, sejam não qualificados, para fazer face à retoma pós-pandemia. Por outro lado, nunca na nossa história se assistiu a um tão elevado número de cidadãos a viver de “renda”. Toda a campanha dos partidos de esquerda, incluindo o PS, foi numa base de discurso de apoios sociais.
Uma sociedade democrática não deixa ninguém para trás. Mas isto não pode ser uma forma de vida. Como é possível, por exemplo, alguém desempregado e que está a usufruir de um rendimento social de inserção, inscrever-se num curso de formação profissional e ter direito a acumular uma bolsa de formação? Este somatório de subsídios compara bem com o rendimento de um cidadão que, para auferir um salário mínimo, tem de trabalhar o ano inteiro por conta de outrem, levantar-se todos os dias cedo para pegar às oito horas ou em turnos noturnos, dia atrás de dia, semanas e meses. Tem mais, esse desempregado não conta para as estatísticas do desemprego! É um estratagema para o Governo nos dar música com a descida do desemprego. O que está a diminuir não é o desemprego, o que se vê que está a diminuir é a quantidade de gente disponível para trabalhar.
O Governo, em matéria de justiça social, tem muito trabalho pela frente, se for essa a sua vontade.
* Presidente da Concelhia do CDS-PP