22 Feb 2022
António Pinto Moreira *
Emmanuel Macron tomou posse como presidente da nação francesa com menos de quarenta anos. Sanna Marin foi eleita primeiro-ministro da Finlândia com trinta e quatro anos. São exemplos do Norte da Europa e ninguém já tem dúvidas dos níveis de maturidades sociológica e política daqueles países que vêm do frio.
Por cá, temos uma pessoa com mais de trinta anos e que, pelo argumento que lhe arranjaram de “ser muito novo ainda”, propalaram a todos os ventos que não poderia ser líder de um partido político, em Portugal, na Europa de clima moderado. Falo, claro, de Francisco Rodrigues dos Santos, que liderou o CDS, durante dois anos, depois de uma vitória contundente no Congresso de Aveiro.
Foram dois anos seguidos de guerra de oposição sem quartel dentro do próprio partido, quiçá sem direito a defesa, que extravasaram para toda a opinião pública. Ou nós ou nada! Sou testemunha disso porque fiz parte da equipa da Comissão Política junto com Rodrigues dos Santos e tive, como compreenderão, as informações ao minuto de tudo o que se estava a passar.
As fraturas foram criadas no CDS e têm rostos. Foram os que perderam o Congresso. O que se fez mal foi ao CDS, que foi quem efetivamente perdeu. Agora é preciso reerguer, construir, fazer pontes. Entretanto, o rosto mediático da contenda contra a direção anterior, Nuno Melo, já se apresentou como putativo candidato à liderança e, nas palavras não é peco, diz na televisão que é preciso “falar para as novas gerações”. É delirante!
O líder, “que era muito novo” tem uma família, tem um futuro pela frente, tem inteligência, tem vontade, tem princípios, tem moral. Na hora da saída, com hombridade, comprometeu-se a não fazer aos outros o que lhe fizeram a ele. Igualmente prometeu que não abandonaria o CDS. Por mim, vou fazer o mesmo.
* Presidente da comissão política Concelhia do CDS-PP