16 May 2022
António Pinto Moreira *
Quem diria há poucos anos que a Finlândia e a Suécia, os nórdicos, iam esquecer o seu não alinhamento por qualquer um dos blocos militares do ocidente ou da ex-URSS e iriam pedir a adesão à Nato?
A Finlândia ainda se deve recordar que já foi invadida pelo exército da União Soviética em 1939. A razão invocada pelos russos era proteger a sua fronteira de forças militares exteriores que não pudessem controlar, mesmo ali ao lado de Leninegrado, atual S. Petersburgo. Os militares finlandeses conseguiram resistir e a Finlândia perdeu uma parte o seu território, mas manteve a independência, o que já não foi muito mau. Hoje também já se estão a aperceber que a leste é mais do mesmo.
A Ucrânia, sendo constituída por vários povos, não é uma nação unificada no sentido que temos por cá, as suas fronteiras são volúveis, é certo, o presidente ucraniano ainda há pouco mais de três meses estava com uma elevada rejeição interna, é tudo certo, mas um invasor é um invasor. É inadmissível. Mas o partido comunista português é mais do mesmo. Com os deputados pagos pelos portugueses, fazer greve a uma apresentação do presidente da Ucrânia na AR foi, é, imperdoável. O PC português continua a não perceber que Putin já não celebra a revolução de outubro, o dia de Unidade Nacional da Rússia passou para 04 de novembro. Que o povo russo é pobre, que a guerra é financiada com milhões diários do petróleo e do gás, mas não chega à casa das famílias. Mas a máquina russa é constituída pela elite política e por uma elite oligarca que detém dinheiro e influência sobre o poder político. É isto que o PC apoia, fica mal para Portugal. Desde que começou a guerra já são sete os oligarcas “encontrados” mortos, porque será? O PC sabe responder, ou deveria saber, que os apoia.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP