20 Jul 2022
Em 2028 celebraremos 900 anos da batalha de S. Mamede em que Afonso Henriques venceu sua mãe e expulsou os galegos que tomavam conta do Condado.
Se a derrota tivesse sido o desfecho, hoje seríamos uma província de Espanha. Foi a partir desta maneira de começar Portugal que no século XV chegámos a mais de metade do mundo, heróis do mar e por aí adiante. Na primeira metade do sec. XIX, o nosso escritor Alexandre Herculano no romance “O Bobo” escreve “Pobres, fracos, humilhados, depois de tão formosos dias de poderio e renome, que nos resta senão o passado? Lá temos os tesouros dos nossos afetos e contentamentos, em quanto no presente só achamos vácuo e tristeza”. E desde então até à primeira metade do presente século o que temos além deste triste fado português?
No século XX foram quase cinquenta anos de um regime político estrábico que deixou regiões inteiras na penúria pela política doidivanas de uma guerra colonial que se sabia perdida antes de começar. A guerra terminou e estávamos pobres, fracos e humilhados. Depois veio o 25 de abril e o sonho europeu. Mais outros quase cinquenta anos. E? Desde 1995 somos o país dos Governos socialistas. Do de António Guterres ficou o “pântano” no início do presente século. Do de José Sócrates ficou a Troyka e uma pré-bancarrora. Com o segundo Governo de António Costa temos um Plano de Recuperação e Resiliência da União Europeia que vai ser utilizado para aguentar as estruturas centrais do Estado que estão em colapso, TAP, caminhos de ferro, hospitais e saúde, serviços públicos, etc. Será suficiente?
Somos o 2.º pior país da Europa ocidental em competitividade (o pior é a Grécia), e o 3.º com a maior dívida externa líquida (os piores são a Grécia e Chipre). Chegados aqui, continuamos pobres, fracos e humilhados. Fado.
António Pinto Moreira, Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP