26 Jul 2022
António Pinto Moreira *
Partidos políticos, grandes ou pequenos, com muito ou pouco eleitorado, de esquerda ou de direita, são todos diferentes, mas o povo acaba por dizer que são todos iguais nas práticas.
Quando estão no poder fazem o que podem, porque o que fazem tem consequências. Quando estão na oposição dizem o que querem, porque não se obrigam às consequências.
O Partido Socialista local que suporta a Câmara Municipal tem razão em dizer que chegou ao poder num concelho com reduzidas taxas de cobertura de redes de água e saneamento. Mas seguir com um discurso que já é de cassete ignorando tudo o que os anteriores fizerem já é atraso ou desonestidade intelectual ou falta de melhores argumentos.
O Parido Socialista tem razão no que diz respeito ao processo de agregação de freguesias, sempre contestou que “tudo foi mal feito”. Era oposição, podia dizer. Agora é poder e o que faz? Assobia para o lado. Faz de conta que. Os outros que discutam, que resolvam, que façam. Agora tem a oportunidade de reverter aquilo que tanto contestaram, mas faz o que quer, isto é, não faz.
É este o mesmo Partido Socialista que em oposição sempre teve discursos contundentes relativamente aos exercícios económico-financeiros (as contas) dos presidentes de Câmara anteriores. Usou um argumento de campanha para dizer que, se ganhasse eleições, uma das primeiras medidas seria pedir uma auditoria financeira às Contas da Câmara. Isto sempre foram insinuações de más práticas que diziam existir porque podiam dizer. Quando chegou ao poder, já lá vão quase cinco anos, o que fizeram foi nada. Afinal, só teriam que dizer, olhem “afinal estávamos enganados”, os senhores presidentes de Câmara antecedentes são merecedores do nosso aval de lisura nos dinheiros públicos.
Por isso termino com a ideia com que comecei, prosseguir ignorando o que os anteriores fizeram não eleva a política.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP