6 Sep 2022
Clemente Pinto*
Economia Portuguesa.
Em Janeiro de 2022 a Fundação Francisco Manuel dos Santos publicou o livro com o título desta crónica, da autoria de Luciano Amaral (uma actualização de livro publicado em 2010).
As suas sustentadas constatações são bastante deprimentes e contrariam a visão optimista que nos é transmitida frequentemente.
Por exemplo, em relação à evolução do PIB per capita português como percentagem do mesmo indicador dum grupo de países mais desenvolvidos, verifica-se que, desde 1973 aquela distância encurtou cerca de 10% (em 1973 o nosso PIB per capita representava 50% e actualmente subiu para 60%).
Porém, uma análise mais detalhada, permite concluir que o ganho se concentrou num curto período de tempo (entre 1986 e 1992, altura em que atingimos o valor mais elevado de 65%); desde então, voltámos a recuar e a ficar cada vez mais distantes dos países mais desenvolvidos.
São apresentadas várias justificações, mas constata-se que todos os factores que travaram o processo de recuperação ainda estão por reconhecer pelos decisores, pelo que não se vislumbram medidas que assegurem, eficaz e sustentadamente, a retoma da melhoria de condições de vida da grande maioria dos Portugueses.
O autor, porém, não deixa de apresentar algumas soluções possíveis para se retomar a desejada melhoria; uma delas, ele designa como uma espécie de “milagre à irlandesa”, seria possível mediante a atracção de investidores capazes de promover actividades altamente produtivas e de forte penetração nos mercados mundiais.
Contudo, assistindo aos debates parlamentares e governativos, verificamos que raramente estes assuntos são abordados com seriedade e profundidade.
Talvez, só por este motivo, é evidente que o CDS faz falta no Parlamento e aos Portugueses.
* Presidente da Mesa do Plenário concelhio do CDS