29 Sep 2022
Clemente Pinto *
O dever da Esperança
O CDS sempre foi um partido de pessoas e de causas. As preocupações de natureza ambiental (colhidas, por exemplo, nas ideias do Arq. Ribeiro Telles), o respeito pela nossa História e por um sentido de responsabilidade individual e colectiva para com as futuras gerações (Adriano Moreira) são um legado que deve permanecer.
O Estado somos nós e é cada um de nós; há um misto de responsabilidade colectiva e individual, não cabendo ao Estado garantir o que deve ser a obrigação individual de cada um.
Avizinham-se tempos de enorme dureza em que a solidariedade vai ser de extrema importância: os nossos anseios imediatos devem ser ponderados face à conjuntura e às carências que se vão agravar em vários sectores sociais.
É sabido que as IPSS estão confrontadas com um crescente número de famílias e pessoas totalmente desamparadas e que encontram nessas instituições algum apoio para poder sobreviver (IPSS que se diz terem sido esquecidas pelo PRR).
O CDS sempre dedicou uma enorme atenção ao sector social e à importância destas Instituições que acompanham os mais frágeis para que não sejam trucidados pela sociedade de consumo que caracteriza o mundo actual.
A capacidade de olhar e escutar o outro para, depois actuar em conformidade, no sentido de que haja um lugar para todos neste Mundo que vamos construindo diariamente (na esteira do conceito de Simpatia de Adam Smith).
As décadas de aprofundamento da Paz e da Estabilidade foram dando lugar a um Mundo de confronto quase generalizado, faltando a capacidade de construir pontes, como se o diálogo deixasse de fazer parte do nosso quotidiano.
Tal como Eça de Queirós sugeria em “A Cidade e as Serras”, não compete aos “zingarelhos” fazer o nosso trabalho e voltando a Adam Smith “o senso do dever” tem de valer. O tempo urge !
* Presidente da Mesa do Plenário concelhio do CDS