10 Oct 2022
Clemente Pinto *
Ao leme
A realidade empresarial portuguesa é caracterizada pelo elevado número de pequenas empresas, talvez resultado duma visão assente na geografia.
Os efeitos da globalização ainda não estarão a ser interiorizados pelos Departamentos Comerciais da maioria dessas empresas, as quais tardam em valorizar devidamente a boa qualidade dos produtos e serviços que colocam no Mercado.
Os dados do tecido empresarial demonstram que as grandes empresas pagam uma enorme fatia do IRC (Imposto sobre os lucros) e pagam um salário médio que corresponde ao dobro do salário médio nacional.
Por isso, ao invés de “perseguir” as grandes empresas, melhor seria criar condições para que um maior número de empresas ganhasse dimensão, de modo a aumentar a receita fiscal e se praticassem níveis de remuneração mais atractivos (assim fixando cá os jovens licenciados, que sistematicamente são obrigados a emigrar na busca de melhores condições).
Porém, o que persiste é um sistema fiscal com taxas de IRC (considerando a taxa e outras tributações) que ainda são muito elevadas quando comparadas com Países similares - assim afectando a Competitividade da nossa Economia.
O IRS também penaliza absurdamente os rendimentos do trabalho: é preciso dignificar e premiar o trabalho para atrair muitos daqueles que vivem, continuadamente, sob a manta do Estado Social.
Finalmente, a nossa pequenez geográfica contrastando com a diáspora poderiam ser aproveitados para se implementarem medidas de preservação do ambiente e políticas de combate da precaridade e da exclusão, fenómenos que estarão na génese da violência que presenciamos actualmente.
O trabalho dos Missionários e de Voluntariado são exemplos do que está a ser feito para tornar o Mundo num local mais agradável para as gerações futuras.
* Presidente da Mesa do Plenário concelhio do CDS