Contraditório
Opinião
A meio da época estival, o JN fez uma reportagem onde se fazem comparações de serviços e preços, entre empresas privadas e autarquias.
Um discurso de contestação da população que nós, felizmente, já estamos habituados a ouvir em terras de Azeméis há anos. Felizmente porque é da troca de ideias que se consegue evoluir e ir ao encontro das pretensões das populações. Isso é política no seu estado natural.
Há anos, um dos rostos dessa contestação era o Sr. Vereador Joaquim Jorge, citando-o: “(…) os novos tarifários aprovados para 2017 que traduzem um aumento de 5.5%, bem acima da inflação (…)”, “Volvidos sete anos, e a fatura a pagar pelos oliveirenses a aumentar exponencialmente (…)”. Em fevereiro de 2017 e, muito antes disso, em abril de 2015, com a aura de gestor competente: “(…) mantido a gestão destas redes e planeado a sua progressiva expansão através de investimentos faseados (…)”.
Voltando ao artigo do JN, é apresentado um ranking da água mais cara do país. Estávamos na 17ª posição em 2019, com um custo anual de 177,17 euros para 10 m3 mensais de consumo.
Em 2020, graças à boa gestão do agora Sr. Presidente Joaquim Jorge, vamos certamente subir neste ranking, mais 20 euros (+ de 10%), para o mesmo consumo de água face ao ano anterior.
Quando outrora o Sr. Vereador dizia que a autarquia deveria pagar a expansão da rede de água e saneamento, o Sr. Presidente renegoceia um contrato com a empresa cuja contratação e gestão sempre criticou e coloca o ónus desse aumento no consumidor.
Volto às suas palavras: “No nosso concelho as prioridades seguidas ao longo dos anos foram outras (…)” e acrescento que o Sr. Presidente, apesar do saldo de gerência e da dívida residual do município, segue o caminho que sempre criticou.
É uma pena estar a governar para a próxima eleição, em vez de o fazer para a próxima geração.
Nuno Pires, presidente da Comissão Política Concelhia do PSD
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