13 Dec 2022
José Campos *
O período antes da ordem do dia da última assembleia municipal ficou marcado pela intervenção de dois munícipes que relataram o estado da rede viária nas ruas em que se localizavam as suas habitações.
O Sr. Presidente de Câmara deu como resposta, mais uma vez, a desculpa que tanto jeito lhe dá usar sempre que as coisas estão mal… “a culpa é dos outros, dos executivos anteriores que nada fizeram”. Esta é a resposta do Presidente, descartando sempre responsabilidades, como se não estivesse à frente do executivo há mais de 5 anos. É um discurso injusto, pouco credível e que sobretudo não dá respostas aos munícipes.
Sempre que confrontado com críticas sobre as suas opções, o Presidente gosta de dizer que essas opções foram legitimadas nas últimas eleições. E tem razão, mas não será isso que fará mudar as convicções dos vereadores do PSD na defesa do que consideram mais importante para o nosso concelho. É hora de o Sr. Presidente de Câmara deixar de passar um atestado de incompetência aos Oliveirenses quando diz que em Oliveira de Azeméis nada se fez no passado, antes de 2017. É caso para o confrontar com os seus próprios argumentos. Então, mas os Oliveirenses não legitimaram as opções dos executivos anteriores durante 40 anos?
Também é hora de confrontar o partido socialista com os seus próprios argumentos, quando eram oposição, sobre o IRS. Antes de 2017 faziam a defesa acérrima da descida da participação neste imposto, pois consideravam ser vital para a defesa do bem-estar das famílias Oliveirenses. Desde então, e coincidindo com o momento em que foram eleitos, os socialistas deixaram de considerar esta possível redução como importante e hoje o argumento é que a descida do IRS não beneficia as famílias mais necessitadas. Nada mais falso. E na realidade ao contrário do voto do PSD, os socialistas voltaram a impor a taxa máxima (5%) para o próximo ano no nosso concelho, numa altura em que o município apresenta largos milhões de saldos de gerência. A título de exemplo, refira-se que no concelho vizinho, S. João da Madeira, a taxa é de 4,5%, em Ovar é de 2%, em Vale de Cambra de 2,5%, em Estarreja de 3% e em Albergaria 2,75%.
A sensibilidade e o cuidado para com as pessoas refletem-se em assuntos do dia a dia e na resolução de problemas concretos, e não na constante desculpabilização com o passado nem com discursos que mudam consoante conveniências.
* Vereador do PSD