9 Feb 2023
Nuno Pires *
Na última edição do programa Politicamente Correcto da Azeméis TV o tema em discussão foi “O que fazer para aumentar o número da população no concelho”.
Iniciei a minha intervenção reconhecendo que para mim este assunto deveria ser um dos desígnios do nosso país nas próximas décadas.
Não existem soluções mágicas e rápidas, e os municípios sozinhos jamais serão capazes de resolver o problema, no entanto podem dar sinais e contribuir para a solução.
A base de tudo isto resume-se à “Confiança no Futuro”.
Para se ter esta confiança são necessários vários fatores. Ao nível de municípios destaco a oferta de habitação a preços acessíveis e oferta de emprego. Serão os fatores mais importantes para o aumento da população, obviamente que depois se associarão outros como por exemplo, oferta de qualidade de creches, infantários e escolas, serviços de saúde, redução do IRS, etc…
Mas as medidas com maior eficácia resultarão sempre das políticas do País, desde logo uma carga fiscal mais baixa, justa e equitativa.
Num País de salários baixos, onde arranjar uma habitação é uma missão impossível, onde os jovens não vêm um futuro com oportunidades, onde os serviços públicos na Saúde, Educação, Justiça, Segurança falham todos os dias, não é certamente o caminho certo.
Em O. Azeméis o PS tem o lema: OAz o melhor concelho para “Viver, Investir e Trabalhar”.
Palavras leva-as o vento e passados 6 anos de assumirem a CM afirmo convictamente que não temos um melhor concelho.
Para VIVER não temos oferta de habitação, muito menos tipologias T0 e T1 para fixar e captar jovens famílias e o Plano de Habitação a executar com fundos do PRR para além de pouco ambicioso está profundamente atrasado.
Para INVESTIR não temos espaços nem zonas industriais para captação de novas empresas e novos empregos, isto para não falar do estado lastimável das acessibilidades. Ao nível do “TRABALHAR” felizmente ainda temos emprego, mas todos os dias corremos o sério risco de ver fugir algumas delas para concelhos vizinhos.
Mas o pior de tudo isto é não se perceber qual a estratégia que o PS tem para o município, porque ao fim e ao cabo não têm é estratégia nenhuma.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD