14 Mar 2023
Helga Correia*
No passado dia 8 de março comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Um dia que pretende assinalar a emancipação e a libertação de um ser fantástico que se chama mulher.
As mulheres têm vindo a emancipar-se ao longo do último século. Em Portugal, os passos dados para a igualdade são positivos ao longo das últimas décadas. Contudo, em 2023, podemos afirmar que são ainda insuficientes na promoção da igualdade entre homens e mulheres.
A nível profissional, a desigualdade salarial entre homens e mulheres é ainda relevante, apesar da lei n.º 60/2018 ter instituído a obrigação de adoção, pela entidade empregadora, de uma política remuneratória transparente, construída com base na avaliação das componentes das funções desempenhadas pelos trabalhadores, independentemente do sexo.
Ademais, quanto mais habilitadas e mais qualificadas são as mulheres, menos elas ganham relativamente aos homens.
Se no passado as mulheres assumiam as tarefas domésticas e de cuidado, hoje assumem cargos de responsabilidade nas empresas, na administração pública, nas escolas, no ensino superior, na ciência, nos tribunais e na política, conciliando com a sua vida familiar.
Importa referir ainda que, as estatísticas indicam-nos que as mulheres estão muito mais expostas à privação material e social e ao risco de pobreza, não só porque têm remunerações médias mensais mais baixas do que os homens, mas também porque é sobre elas que recai grande parte do trabalho não-remunerado (trabalho doméstico).
Para além do referido anteriormente, muitas mulheres, sofrem na invisibilidade, no medo, na angústia de perder o que têm (muito ou pouco), sofrem no silêncio e são em alguns casos vítimas de violência doméstica.
Não lhes falte a coragem e determinação, às mulheres, para lutarem pelas causas em que acreditam, para fazerem da sua vida o que sonharam para ela.
* deputada da assembleia da república pelo PSD