30 May 2023
José Campos *
Oliveira de Azeméis é o concelho do escritor Ferreira de Castro, é o concelho do pão de Ul, do parque da La Salette, do parque temático molinológico e da tradição vidreira.
São marcas identitárias da nossa terra que devem ser potenciadas porque para além de promoverem turística e economicamente o nosso território, contribuem para a unidade territorial e para a coesão territorial.
O caminho para valorizar estas marcas identitárias começou a ser feito há muito tempo, e era por isso que quando o atual executivo do PS em 2017 assumiu os destinos da autarquia que se aguardava, com grande expectativa, que este percurso de valorização e promoção territorial continuasse.
Foi assim com naturalidade e com satisfação que vimos há mais de 5 anos o Presidente da Câmara publicitar amplamente e por diversas vezes que o município iria candidatar a tradição vidreira em Oliveira de Azeméis a património imaterial da Unesco. A pompa foi muita, o Presidente prometeu celeridade, prometeu recuperar para Oliveira de Azeméis a importância que a nossa terra tem na história do vidro em Portugal. Foi contratada uma empresa especializada de comunicação por vários milhares de euros, com o intuito de promover o plano de comunicação da autarquia sobre esta temática, prometeram-se roteiros do vidro, recuperação de património, simpósios, conferências. Prometeu-se que o trabalho na candidatura iria ser encarado de forma rigorosa e prioritária.
Cinco anos depois a montanha pariu um rato. Faço votos para que esta realidade mude. Mais vale tarde do que nunca, mas a realidade é que em termos concretos aquilo que temos hoje é o que já tínhamos há 5 anos, ou seja, o berço vidreiro.
Sempre que questionado sobre o assunto, o Presidente da Câmara opta por desconversar, opta por realçar a importância do vidro, informar que a candidatura não está esquecida, mas nunca apresenta dados concretos, e o fulgor inicial dos anúncios sobre a candidatura a património imaterial da Unesco deram lugar ao silêncio envergonhado. Agora os anúncios que importam são outros. Agora são as minas do pintor, a praia fluvial do Pedregulhal, o parque urbano.
E este é o principal problema: parece que para o executivo camarário, mais importante é anunciar. Os projetos e as ideias ficam a meio, e assim é mais difícil promover o nosso território.
* vereador do psd da câmara municipal