23 Nov 2023
Nuno Pires *
Na passada semana o país acordou com mais um caso de suspeitas ao mais alto nível no governo da Nação.
Perante este facto, importa lembrar que foi o próprio Primeiro Ministro António Costa que tomou a iniciativa de se demitir e que o Sr. Presidente da República, no uso das suas competências, aceitou.
Muito se tem discutido a atuação do Ministério Público, que num comunicado informou (e bem) que António Costa seria alvo de um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça. A abertura deste inquérito é um procedimento e não uma acusação. No meu entender fez bem o Ministério Público porque se não o tivesse feito, estaria, conforme explicou a PGR, a esconder essa informação aos Portugueses.
Com isto, a opção de António Costa se demitir, é em si, uma opção pessoal. Basta olharmos para vários exemplos no seu governo para percebermos isso, por exemplo João Galamba, ministro do mesmo governo, que já foi constituído arguido, afirmou ter todas as condições para se manter no cargo.
Independentemente disto, sou da opinião que António Costa há muito que não tem condições políticas para se manter no cargo. A sucessão de casos e casinhos de um governo suportado por uma maioria absoluta, juntando à falta de capacidade real de melhorar a vida dos Portugueses, é em si mais do que suficiente.
Por outro lado, António Costa é um politico habilidoso, e tenho para mim a convicção de que esta demissão é apenas uma forma estratégica de se proteger a ele próprio, para o futuro.
Perante isto, é ainda mais incompreensível a indignação dos socialistas e seus apoiantes, que se mostram bastante indignados com o Ministério Público e o Presidente da República, tendo agora eleito como inimigo número 1 o Ministério Público.
O que eu lamento e não esqueço, é que Portugal nos últimos 20 anos foi essencialmente governado pelo PS, e que do pântano de Guterres, à bancarrota de Sócrates, passando agora pelo “habilidoso” Costa, os Portugueses vão ficando para trás na qualidade de vida e Portugal caminha a passos largos para a cauda da Europa.
O PS acha-se “dono disto tudo”, e a prova está à vista de todos, com esta nova campanha de vitimização face ao MP e ao PR.
Com tudo o que se tem passado só me apraz dizer:
“Quem se mete com o PS, leva.”
* Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD