Contraditório

Juventude, cultura e saúde pública.
São já do conhecimento público as conclusões de vários estudos que abordaram o efeito do isolamento prolongado provocado pela pandemia. São estudos que exploraram as repercussões do isolamento social, neste caso em concreto, na juventude - “Os resultados indicam que o isolamento exacerbou questões de saúde mental, como ansiedade e depressão”. Para lá dos estudos e opiniões publicadas, existe o que o comum cidadão observa e sente no seu quotidiano. Há jovens que perderam, e outros nunca adquiriram, o hábito de sair com o intuito de se divertir, socializar e trocar experiências para lá do seu mundo virtual e digital. Em conversa com pais, constata-se por vezes, que essa realidade constitui um problema, e estão em pânico sem saber como lidar com este desafio - ter os filhos no quarto “sossegados” pareceu-lhes, até dado momento, um porto seguro, cómodo e confortável. No entanto, por estes dias, e não poucas vezes, estão a ser acompanhados psicologicamente.
Naturalmente, a cultura nas suas diferentes expressões e dimensões, deve ser tida como parceira numa estratégia que tenha o propósito pulverizador na dinamização e aproximação da comunidade juvenil às praças, ruas, anfiteatros, coretos, jardins, bares, esplanadas, espalhadas um pouco por todas as freguesias.
É, pois, fundamental, trabalhar conjuntamente com a malta mais nova, dando-lhes o “comando do jogo cultural”, inclusivo, capaz de gerar dinâmicas motivacionais, repletas de energia que, por certo, aumentariam os índices de felicidade e sentimento de pertença com o seu território, sendo simultaneamente uma força centrípeta para a cidade e sede do nosso concelho – Oliveira de Azeméis!
Creio que continuar com contratações estivais e episódicas de bandas e artistas de forma isolada não encerra em si qualquer estratégia, não frutifica, não ajuda a corrigir e mitigar o problema. 
(NOTA) À hora a que escrevo este artigo, no site do Teatro municipal não se vê agenda publicada!

* Vogal da Comissão Política do PSD