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Correio de Azeméis

15 May 2025

Contraditório

Opinião Opinião Política

Pedro Marques

O Mercado à Moda Antiga é, sem dúvida, uma das mais valiosas expressões culturais e comunitárias de Oliveira de Azeméis. Com mais de duas décadas de história, este evento mobiliza centenas de associações e milhares de visitantes, celebrando com mérito a identidade local, os ofícios de antigamente e o dinamismo da sociedade civil.
Contudo, é cada vez mais evidente que este executivo municipal se tem apoiado quase exclusivamente neste evento (e Noite Branca) como marca cultural e turística de referência, não conseguindo, ao longo dos últimos anos, afirmar outras iniciativas de igual dimensão, impacto ou continuidade. Esta limitação, infelizmente, traduz-se numa agenda cultural empobrecida, pouco diversificada e pouco atrativa para públicos distintos — especialmente para as gerações mais jovens, para os agentes culturais locais e para quem procura em Oliveira de Azeméis uma programação cultural regular, moderna e ambiciosa.
Nestes últimos anos, mesmo com a conclusão do projeto TEMA, a agenda do Teatro Municipal não é mais que uma cópia de oferta doutros municípios, limitando-se a comprar produtos que vão aparecendo no mercado regional e nacional, não facilitando sequer o acesso à arte e cultura oliveirense. Basta verificar o número de edições dos vários eventos existentes, para se chegar à conclusão de que nenhum ou quase nenhum foi acrescentado nos últimos 8 anos!
A ausência de outros grandes eventos, com caráter anual ou sazonal, levanta sérias questões quanto à estratégia cultural do município, à gestão de recursos e à capacidade de valorização do enorme potencial humano, criativo e patrimonial existente no concelho.
O Mercado à Moda Antiga deve continuar a ser uma bandeira cultural de Oliveira de Azeméis — mas não pode ser a única. Ao longo dos anos, tornou-se um símbolo da identidade do concelho, mobilizando centenas de associações locais e atraindo milhares de visitantes. Reconhecemos e valorizamos o esforço de todos os envolvidos — desde os trabalhadores municipais aos voluntários, artesãos e coletividades — que fazem deste evento uma referência incontornável na região. Contudo, é urgente diversificar, inovar e apostar numa política cultural mais abrangente, que responda às expetativas da população e que coloque verdadeiramente o concelho no mapa da oferta cultural portuguesa.
Oliveira de Azeméis precisa de um verdadeiro Plano Estratégico para a Cultura, com objetivos concretos, calendário de iniciativas e orçamento definido. Oliveira de Azeméis merece mais.
 

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