20 Feb 2025
> Adélia Teorgas
No passado dia 27 de Janeiro, comemoramos 80 anos da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz e prestamos homenagem a mais de 1.000.000 de pessoas que, só neste campo, foram assassinadas.
Aconteceu na europa, por europeus, no sec. XX.
Mas o holocausto não começou com Auschwitz. Como é que chegamos até aqui?
O “modos operandi” é comum a todas as ditaduras, sejam elas de extrema esquerda ou de direita: utiliza-se o descontentamento popular, provocado por crises politicas, económicas e/ou sociais, encontra-se um “culpado” e utiliza-se a demagogia para manipular e agradar a massa popular com promessas que não se podem cumprir, repetem-se mentiras, criam-se factos e distrações, exploram-se as emoções e escondem-se as reais intenções. Associado a este comportamento há, quase sempre, uma tentativa feroz de desrespeitar e desgastar as instituições.
Os discursos inflamados, a postura de “salvador da pátria”, a utilização abusiva de símbolos nacionais, o tipo de linguagem e o tom utilizado, em Portugal e 50 anos depois do 25 de Abril, tem de nos fazer pensar e perguntar, para onde vai a nossa democracia!?
O que é que falta, na sociedade, nas escolas, nas famílias, quando não somos capazes de refletir e aprender com as lições que a história recente tem para nos dar?
O ressurgimento de discursos e ataques racistas, em Portugal, no Sec. XXI, representa um retrocesso e é nossa obrigação enquanto democratas, ficar alerta, não ficar calados nem indiferentes, não perder o humanismo e lutar contra o odio, a intolerância e a falta de empatia para com os mais frágeis. Como?
Aplaudindo a decisão do A.E. de Loureiro ao proibir o uso do telemóvel na escola, apoiando e valorizando o trabalho das associações da nossa freguesia, reconhecendo a todas um papel fundamental na educação e criação de laços entre as crianças e jovens de Loureiro, incentivando o trabalho de equipa e o respeito pelas hierarquias, pelos mais novos e pelos mais velhos. Antes de querermos mudar o mundo, temos de mudar o “nosso mundo” e o nosso mundo são os nossos vizinhos, os amigos, as associações, as escolas… e isso só acontece se tivermos o apoio de autarcas atentos, conscientes e responsáveis e que sejam capazes de governar a pensar na próxima geração e não na próxima eleição. Estamos em ano de eleições autárquicas. Para mudar o mundo, temos de começar pelo “nosso” mundo.
Adélia Teorgas, Vogal da da Comissão Política do PSD de O. de Azeméis