Cristiano e Figo

Bilhete Postal

Eduardo Costa *

Claro que ficamos tristes. A nossa admiração por Cristiano Ronaldo é do tamanho do mundo e por isso as suas atitudes menos felizes deixam-nos tristes.

“Se já vi as imagens? Vi. Se gostei? Não, não gostei nada.” A frontalidade do selecionador nacional Fernando Santos após o jogo com a Suiça esclarece. 
Claro que ficamos muito tristes quando os jogadores festejavam com os adeptos portugueses a goleada que demos à Suíça e “no final da partida, e enquanto a equipa ainda festejava no relvado com os adeptos, Cristiano Ronaldo abandonou o campo e foi o primeiro jogador português a recolher aos balneários”, escreveu a imprensa.
Ficamos tristes. Gostavamos de ter visto Cristiano a puxar pelos adeptos, a celebrar até ao último fôlego. Afinal, todos  nós o estávamos a fazer.
Mas, vamos recuar ao “Europeu” de 2004 realizado em Portugal. 
A estrela naquela seleção chamava-se Figo. O selecionador era o consagrado brasileiro Scolari. 
Scolari recordou anos depois o caso de Luís Figo no Europeu de 2004, no encontro com a Inglaterra, defendendo que o histórico jogador não demonstrou aquilo que era necessário num futebolista profissional. «O Figo foi substituído no jogo com a Inglaterra pelo Postiga, o Postiga fez o golo. O Figo saiu bravo, não ficou a ver o jogo, não ficou a fazer aquilo que tem de fazer um jogador. Era o meu capitão. Ficou lá dentro e nem assistiu ao jogo», lamentou.
Bom, vamos compreender esta atitude das ‘estrelas’. Oxalá haja outra estrela do futebol português a ter estas atitudes que nos deixam tristes.
 * Jornalista, presidente da  Associação Nacional da Imprensa Regional
 

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