Da agitação de São Paulo, para a calma de Fajões

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Família brasileira, há dois anos em Oliveira de Azeméis, sente-se feliz

Em Fajões há dois anos, oriundos do Município de São Bernardo do Campo, São Paulo, Rita Oliveira, 61 anos, Glaúcia dos Santos, 38 anos e Luca do Prado, 11 anos, são uma família de brasileiros, que se sentem muito bem em Oliveira de Azeméis, tendo sido “muito bem recebidos” por parte de todos.

Rita Oliveira, mãe de Gláucia e avó de Luca, durante muitos anos trabalhou na área comercial, no Brasil, tendo sido gerente regional. No entanto, teve dificuldade para arranjar emprego nessa área quando chegou a Portugal. Atualmente trabalha nas limpezas, no Banco Montepio, fazendo uma hora por dia. “Eu soube que o Banco Montepio estava a precisar de pessoas para a parte da limpeza. Nós viemos para cá com o pensamento de que qualquer dificuldade que aparecesse nós enfrentaríamos, fazíamos todos os tipos de trabalho, não tem problema nenhum, basta ser honesto”, começou por referir ao Correio de Azeméis. 
Com esperanças em conseguir algo melhor assim que possível, Rita teve um problema de saúde que a fez entrar em depressão.
 

Trombose ocular, retirou totalmente a visão do lado esquerdo

"Um ano após ter chegado a Fajões, Rita Oliveira teve uma trombose ocular, que lhe retirou totalmente a visão do lado esquerdo, “um processo sem reversão”. “Foi horrível, muito difícil. Entrei um pouco em depressão porque é difícil aceitar a realidade. Uma coisa era ter um problema que tivesse solução. Depois disso foi ainda mais difícil encontrar trabalho”, destacou ao Correio de Azeméis. Derivado dessa situação, de estar com 61 anos e ter dificuldade de arranjar um emprego melhor, Rita falou com a Junta de Freguesia de Fajões, que nos últimos meses tem apoiado a família de Rita. “Não viemos para cá para ser um incómodo, mas infelizmente no decorrer da vida podem acontecer coisas que não estavam previstas. A câmara tem nos ajudado com a parte de alimentação, com um cabaz, há quatro meses. Têm nos ajudado muito, só tenho que agradecer”, frisou ao Correio de Azeméis."

A beleza de Portugal

“Cada metro quadrado de Portugal é lindo e maravilhoso. Totalmente diferente daquilo que se imagina. Aqui em Portugal fazem questão de preservar a tradição, não perdem a essência do que é o país”, começou por referir Rita Oliveira quando questionada pelo Correio de Azeméis sobre quais as expetativas que tinha de Portugal. 
No entanto, apesar de gostar bastante de Fajões e de Portugal, há algo que Rita tem saudades do Brasil, o churrasco. “Sinto falta do churrasco que todo o fim de semana havia. Sinto também falta da família, eramos muito próximos, com três irmãos e dez filhos. Esses churrascos juntava a família toda, com muita festa, muita cerveja. Esse é o lado negativo da situação, no entanto, nós sabíamos que íamos ter de conviver com a saudade”.

 

A mudança para Portugal e para Fajões

Gláucia dos Santos, filha de Rita e mãe de Luca, também veio para Fajões na mesma altura. Com 18 anos de experiência na área administrativa e de seguros, Gláucia também sentiu dificuldades para arranjar emprego nessa área. 

Não desistindo, começou por trabalhar na Lactogal, na parte da logística, estando atualmente a trabalhar em controlo de qualidade numa empresa de São João da Madeira. 
“Quando pensamos em vir para Portugal, começamos a fazer pesquisas e como tínhamos crianças, não queríamos vir para nada incerto. A minha mãe tem uma amiga aqui, ela soube deste apartamento aqui e alugamos do Brasil, antes de virmos para cá”, começou por dizer Gláucia ao Correio de Azeméis, acrescentando que “esta mudança para mim foi melhor. No Brasil estávamos com dificuldades financeiras, com problemas de segurança e não havia previsão de melhorar”.

 

As dificuldades de adaptação do filho Luca

Luca, de 11 anos, filho de Gláucia e neto de Rita, acompanhou a mãe e avó nesta nova jornada. A parte mais difícil, foi a adaptação a uma nova escola, uma nova realidade. “Foi um bocado difícil para o Luca a adaptação à escola. Em questão de alimentação, que é um pouco diferente do Brasil, aqui é muito mais saudável, principalmente em relação às crianças”. Mas houve algo que fez com que a adaptação do filho Luca se tornasse mais fácil, a entrada para o GD de Fajões.

Uma surpresa para todos 

“O Luca foi uma surpresa. No Brasil, devido à falta de segurança, era um menino que ficava dentro de casa, só tinha contacto com os amigos na escola. Quando chegamos cá, ele fez várias amizades e decidimos pôr o Luca no GD Fajões para fazer amigos. Foi um destaque, muito bem recebido por todos e conseguiram perceber algo que nós nunca íamos conseguir perceber no Brasil, que era que ele podia ser jogador de futebol”, começou por referir a avó Rita Oliveira, ao Correio de Azeméis. 

Do GD Fajões para a UD Oliveirense, com o Benfica à espreita

Luca vai jogar na próxima época na formação da UD Oliveirense, depois de ter dado nas vistas ao serviço do GD Fajões. A atenção no atleta de 11 anos foi tanta, que até já houve contactos por parte do SL Benfica para fazer testes. Ao Correio de Azeméis, Gláucia destacou que, pelo filho, faz o que for necessário, mesmo que isso implique sair de Fajões em direção a Lisboa. “É uma coisa que se está a tornar séria. Mas estamos preparados. Não temos raíz e se for para benefício dele, que é a nossa prioridade, tanto a nível de educação como profissionalmente, seguimos o caminho dele.”

“Posso ser um dos melhores do mundo”

Luca, que na época passada jogou na formação do GD Fajões como defesa central e médio, apesar de gostar de jogar “mais na frente”, partilhou o sonho que tem, iniciar a carreira profissional no Benfica. Sente-se bem acolhido por todos, tendo destacado que “se Deus quiser posso ser um dos melhores do mundo”. “Fui bem recebido. Já tenho vários amigos. Comecei a jogar aqui em Portugal. Foi aqui que aprendi a jogar futebol. Agora se posso ser um dos melhores do mundo”, referiu ao Correio de Azeméis. 


 

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