Daniela Silva sucede a Vasco Alves na liderança da JS de Oliveira de Azeméis

Os militantes da Juventude Socialista (JS) de Oliveira de Azeméis foram chamados às urnas para escolher a nova direção da estrutura concelhia. A lista única, liderada por Daniela Silva, foi eleita, assinalando o fim do ciclo de Vasco Alves, que vinha presidindo à JS desde 2021.

Em declarações no encerramento do ato eleitoral, Vasco Alves fez um balanço “bastante positivo” dos dois mandatos. “Conseguimos trazer muitos jovens para a política, jovens com qualidade e capacidade. Fomos dinâmicos, realizámos muitas iniciativas e tivemos uma boa participação nos órgãos distritais e nacionais da Juventude Socialista”, afirmou.

O dirigente cessante destacou ainda que a estrutura local tem sido “uma boa escola política”. “Ao longo dos anos formámos bons políticos, com espírito crítico e capacidade de afirmar posições. A JS teve também uma ótima representação nas últimas autárquicas, com propostas para os jovens incluídas nos compromissos do PS”, sublinhou.

Vasco Alves salientou o reconhecimento da estrutura sénior: “Em Oliveira de Azeméis temos a sorte de o PS valorizar os nossos quadros. Neste momento, há cinco jovens eleitos para a Assembleia Municipal, três deles da JS, o que demonstra que não somos vistos apenas como jovens, mas como pessoas com valor e capacidade de acrescentar.”

Sobre os desafios de mobilizar novos militantes, o presidente cessante reconheceu que “cativar os jovens para a política é um desafio grande”. “Vivemos numa sociedade onde a informação é imediata e nem sempre aprofundada. É mais difícil passar mensagens complexas, mas acreditamos em debates sérios, porque os problemas também o são”, afirmou, referindo-se à concorrência de partidos mais recentes. “Há partidos que comunicam com mensagens simplistas, mas os problemas da habitação ou do emprego não têm soluções únicas. O nosso papel é informar, esclarecer e envolver os jovens que querem participar com sentido crítico.”

“Queremos propor políticas concretas para as freguesias e para o concelho, e manter uma ligação próxima às associações e às escolas"

Eleita para a presidência da estrutura, Daniela Silva confirmou “uma boa participação dos militantes” e agradeceu a confiança dos colegas. “Já milito há vários anos na JS e acompanhei os processos anteriores. Agora começo este projeto como presidente, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho do Vasco e do João Costa, mas também de trazer novas ideias”, afirmou.

Para a nova líder, “os últimos quatro anos foram muito positivos”. “Tivemos várias dinâmicas que ajudaram a fortalecer a estrutura e a chegar aos jovens. Nas últimas eleições autárquicas conseguimos ter cinco jovens eleitos para a Assembleia Municipal e vários para as assembleias de freguesia, o que mostra a força da JS e o trabalho desenvolvido.”

Daniela Silva defende que “chegar a mais jovens é sempre um desafio”. “Queremos usar as redes sociais como motor de aproximação, mas também ir aos territórios, às escolas e às associações, ouvir as pessoas e perceber o que precisam. Só assim conseguimos cativá-las a participar connosco”, explicou.

Entre as linhas orientadoras do novo mandato, apontou a aposta em formações internas para os jovens com cargos autárquicos e em dinâmicas de participação local. “Queremos propor políticas concretas para as freguesias e para o concelho, e manter uma ligação próxima às associações e às escolas. É importante manter esta abrangência e continuidade.”

A nova presidente destacou ainda a intervenção da JS em temas concretos. “Um exemplo do impacto que podemos ter foi a criação das bolsas de estudo municipais, uma reivindicação da JS que se tornou realidade. Queremos continuar esse trabalho e lutar por mais apoios aos estudantes.”

“A juventude tem um lugar próprio que deve ser fomentado pelas estruturas séniores”

Na sede do PS local, o presidente da concelhia, Bruno Aragão, marcou presença no ato eleitoral, sublinhando a importância da cooperação entre gerações dentro do partido. “O papel do presidente da concelhia é também acompanhar a estrutura juvenil. É um trabalho conjunto entre a estrutura sénior e a estrutura júnior, onde cada uma tem o seu papel, mas se devem acompanhar mutuamente”, afirmou.

Bruno Aragão frisou que “o PS de Oliveira de Azeméis nunca teve uma visão sectária das estruturas”. “Trabalhamos de forma coletiva, diária. A juventude tem um percurso próprio, irreverente, e também nos traz contributos que influenciam o projeto que propomos às pessoas. Esta relação é essencial para a formação de valores, convicções e compromisso com o território”, referiu.

O dirigente socialista defendeu que “a juventude tem um lugar próprio que deve ser fomentado pelas estruturas séniores”. “Esse espaço não tem de ser reivindicado, tem de ser ocupado. Foi isso que nos permitiu ter uma presença jovem significativa nos órgãos autárquicos e renovar o partido com novas pessoas e ideias”, disse.

Sobre os desafios da nova direção da JS, Bruno Aragão apontou dois planos de trabalho. “Há um desafio local, que é continuar o envolvimento político nos órgãos e na influência do pensamento dentro da estrutura. E há outro, mais transversal, que passa por mostrar que a política não é entretenimento, mas compromisso com ideias e projetos”, afirmou.

O presidente da concelhia defendeu ainda um reforço da ligação às escolas. “Há 20 ou 30 anos existia um envolvimento político saudável com as escolas. É importante regressar a esse contacto, porque é aí que começa a aprendizagem cívica e política”, concluiu.