Daqui a um ano…

Após a rentrée as máquinas partidárias estão, de novo, em movimento. No plano nacional prepara-se o orçamento de estado e vão-se fazendo “jogos de sombras” a propósito da sua viabilização, uma vez que o governo que o apresenta não tem maioria que o suporte na assembleia sem precisar de outro(s) partido(s).
No plano nacional, regional e local fazem-se os preparativos para as próximas eleições autárquicas a realizar lá para outubro do próximo ano. Por cá, por certo, contaremos com a recandidatura do atual presidente da Câmara por parte do PS, uma vez que ainda lhe é possível fazer mais um mandato. Por parte do principal adversário, o PSD, ainda pouco se sabe. Em primeiro lugar não se sabe se concorre sozinho, ou renovando a coligação com o CDS/PP, ou mesmo ampliando a coligação para incluir a IL, sabendo-se que as cúpulas do PSD e da IL andam em negociações para o efeito.
Para Luís Montenegro reconquistar a presidência da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e a presidência da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), como pretende, tem de ganhar muito mais autarquias do que ganhou nas últimas autárquicas, nas quais o PS foi maioritário.
Em Oliveira de Azeméis, a concelhia do PSD conta um novo presidente, Pedro Marques. Trata-se de um Ex vereador da nossa Câmara que integrou os executivos presididos por Hermínio Loureiro. Tendo estado afastado da política autárquica desde 2017, conhece o concelho e tem experiência autárquica executiva. Apesar da atual pouca expressão do CDS/PP e da pouca implantação da IL, é mais fácil para o PSD somar tudo o que daqueles partidos pode vir do que dispersar votos à direita. Desconhece-se quem será o candidato à Câmara, mas dita a praxe que não sendo feita outra aposta, será o presidente da concelhia a candidatar-se, desde logo, pelas especiais responsabilidades que isso lhe acarreta.
Há freguesias no nosso concelho onde, ambos os partidos têm autarcas em fim de terceiro mandato consecutivo. São exemplos disso Cucujães e S. Martinho da Gândara para o PS e Ossela para o PSD. 
Em 2021 em Cucujães a abstenção foi superior a 50% e o PS obteve mais do dobro dos votos do PSD, mas o presidente Simão Godinho não se pode recandidatar. Já em S. Martinho da Gândara o PS foi o único a apresentar candidatura, mas o atual presidente não pode ser recandidato. Por sua vez, em Ossela o PSD ganhou as eleições por escassos votos, o que deixa a expectativa de que, caso Carlos Pinheiro se recandidate pelo PS possa ser ganhador, desde logo, porque o atual presidente do PSD não pode ser recandidato.
Na União de freguesias do Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, nem o PS, nem o PSD apresentaram candidatura própria à respetiva junta em 2021. Parece-me que, ambos os partidos que já foram poder em cada uma das freguesias, têm uma obrigação, quase moral, com o seu eleitorado de apresentarem uma candidatura própria em 2025.
Se os partidos não querem perder implantação é bom que tenham a preocupação de cobertura de todo o território, apresentando candidaturas próprias. A ver vamos!

Helena Terra, Advogada