29 Sep 2022
Manuel Paiva *
No passado dia 12 de Agosto completei 100 anos de vida! Discretamente minhas filhas e maridos, a quem se juntaram imensos amigos, quiseram fazer-me uma surpresa. Como o dia 12 era uma 6ª fª, adiaram, para o dia 13. Houve Missa na igreja paroquial de Oliveira de Azeméis. Fiquei encantado como tudo foi organizado. Não posso esquecer a presença do coro da banda de Música de Loureiro (da qual fui presidente), e que hoje é uma das melhores da região, com grande número de componente jovens.
A esse coro juntou-se o da igreja de Oliveira de Azeméis e conseguiram produzir uma harmonia tão transcendente que nos fez suspender a respiração... Fechei os olhos para me deixar embeber nessa celestial harmonia… O meu espírito voou por espaços infinitos… Senti que, nas Alturas, toquei o Divino!
Que grande abraço foi este entre os meus queridos de Loureiro e os de Oliveira de Azeméis!!!...E outro coro a seguir, agora de meus 4 netos, transformou o espaço da igreja num pedacinho do Céu! Eles foram anjos ali tão presentes que me prenderam num indescritível êxtase de súplica!...
O resto da tarde foi um convívio em casa da minha primeira filha. A união tão fraterna de todos formou ali uma só Família num ambiente tão íntimo que encantou!
Diz-se por aí que fui muito ativo e criador de várias iniciativas de formação cívica e moral, de ajuda a quem precisava de pão na mesa ou de um emprego a fim de o granjear, para além da participação nas Comunicações Sociais… Confesso que não fui eu quem realizou essas atividades; foram as comunidades, foi o povo que fez tudo! Eu apenas sonhei! E o sonhar é fácil; o difícil é realizar, é fazer... Por isso o mérito é do povo. E eu, durante a minha vida, tantas vezes descobri samaritanos ajoelhados na lama das valetas da vida a levantar judeus, que gemiam, moribundos, na podridão das folhas caídas, para os tratar e curar… No amor não há inimigos…Entenda o que escrevo quem puder…
Para todos aqui fica a minha gratidão e o meu abraço de irmão para que nos una a todos para mudar este mundo onde se rouba, onde se mata, onde se promete e não se faz nada, e ainda se diz que, depois de todas estas ferinas desumanidades, ainda se fica «de consciência tranquila» (onde é que ela ficou, meu Deus?!...). Cada um de nós tem de ajudar a mudar esta sociedade onde se culpam inocentes para deixar em liberdade bandidos endinheirados e indiferentes aos desesperados gemidos de quem vê morrer os filhos à fome, ou de quem anda por aí a esgaravatar os caixotes do lixo à procura do que sobrou da mesa dos que tudo têm… Que ninguém tenha medo de dar um passo à frente…Ainda há muitos passos para dar…
* Colaborador