14 Mar 2022
FAMÍLIA DE UCRANIANOS VIVE EM CESAR HÁ 13 ANOS
Oleg Ohonovskyy e Mariana Ohonovska, e os filhos, Carolina e Stanislav são uma família ucraniana que vive em Cesar, em Oliveira de Azeméis, há 13 anos. Em entrevista à Azeméis TV/FM os quatro descreveram a “raiva” e “tristeza” que sentem em ver, de longe, a sua nação a “ser destruída”. “O nosso país não merece nada disto porque somos um povo que queremos independência e viver bem, como toda a gente neste mundo”, confessou a mãe.
O sentimento provocado pela invasão
“Quem sofre mais são as famílias, as crianças, porque estão a abandonar as casas e no futuro não vão ter sítio para onde ir (…) Quase metade das maiores cidades da Ucrânia estão a ser destruídas.”
Mariana Ohonovska
“Já não é a primeira vez que vejo isto na televisão. Este é u sentimento mau no nosso coração (…) Não dá para acreditar que estão a fazer isto com o nosso país.”
Carolina Ohonovska
“Somos muito superiores aos russos”
“Isto é mais complicado do que as pessoas pensam. A Europa ficou no meio dos Estados Unidos da América e da Rússia, e a Ucrânia já foi centenas de vezes ameaçada (...) Sempre mostramos que somos uma nação, temos uma cultura forte, temos a nossa língua, temos as nossas tradições, temos tudo.”
Oleg Ohonovskyy
Carolina e Stanislav não conhecem bem a Ucrânia
“Eu gostava que os meus filhos conhecessem o seu país de uma maneira bonita, com paz e tranquilidade (…) gostava de lhes mostrar a beleza que a cidade tem, e neste momento as cidades estão a ser destruídas e a ser deixadas em ruínas (…) acho que não vai sobrar nada para eles conhecerem.”
Oleg Ohonovskyy
O medo de perder a “identidade ucraniana”
“A Ucrânia já mostrou que é um país forte e apoiado pelo mundo. Já mostramos que queremos liberdade e outro tipo de políticas. Vai custar muito, vamos passar por muitos mortos e muita destruição, mas eu acredito que a Ucrânia vai superar isto com o apoio de todo o mundo (…) Vamos vencer.”
Oleg Ohonovskyy
“Queremos ser igual aos outros (…) Queremos continuar a ter o nosso hino, a nossa bandeira hasteada.”
Mariana Ohonovska
A onda solidariedade do mundo para com a Ucrânia
“Quero agradecer muito à Polónia, que faz fronteira com a Ucrânia e tem sido o nosso grande amigo, que tem recebido e ajudado as pessoas (…) dá casa, dá alimentação, abrigo. Ainda vão tentar ajudar com dinheiro e trabalho (…) Aqui em Portugal as pessoas estão a reunir-se e têm ajudado as crianças na escola e com tudo.”
Mariana Ohonovska
Câmara organiza vígilia solidária
Na passada quarta-feira, a autarquia oliveirense organizou um momento de união para com os ucranianos. A população acendeu uma vela e associou-se à iniciativa. O momento iniciou com o toque das sirenes dos Bombeiros, e, de seguida, iniciaram-se cinco minutos de silêncio, que terminaram com o repicar dos sinos da igreja. No final ouviu-se o hino da Ucrânia, interpretado pela Academia de Música de Oliveira de Azeméis. “Este é um pequeno gesto com um grande significado, sobretudo de grande humanismo”, referiu o presidente, Joaquim Jorge.
Autarquia e União de freguesias de O. de Azeméis organizam acolhimento de refugiados
Na sequência da crise humanitária na Ucrânia que tem provocado a deslocação de milhares de refugiados, a autarquia de Oliveira de Azeméis e a União de Freguesias de O. de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madail estão a promover o seu acolhimento. Assim, está a proceder-se ao levantamento de famílias oliveirenses que possam vir a acolher, no futuro, famílias de ucranianos que escolham o nosso concelho para viver. A autarquia explicou que o levantamento tem como objetivos a identificação de potenciais interessados e respetiva recolha de dados e não o acolhimento imediato de famílias ucranianas.