“Devia ter sido decidido com tempo”

A 04 de março, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis organizou uma reunião, para a qual convocou a FAMOA e todas as suas filiadas, com o tema ‘Mercado à Moda Antiga’. 
Segundo o presidente, Francisco Silva, “o timing e a informação disponibilizada para a convocatória mostraram-se, desde logo, extremamente curtos para o resultado da maior presença e melhor participação das associações para o fim proposto”. No entanto, em declarações ao Correio de Azeméis, referiu que “ainda assim, as filiadas responderam em número considerável à reunião”. 
Portanto, o presidente garantiu que “a FAMOA teve conhecimento do teor dos assuntos debatidos na reunião ao mesmo tempo que qualquer uma das coletividades presentes”. 
Depois de apresentadas pela câmara municipal todas as recomendações que permitiam a realização do evento, emitidas pela delegação de saúde local, tais como o “uso obrigatório de máscara” e a “utilização de louças e talheres descartáveis”, e após troca de considerações entre as associações presentes e a entidade organizadora, foi entendido “pela maioria”, “não haver condições para a realização”.  “Se o evento acontecesse sob as recomendações apresentadas, desvirtuaria claramente o princípio da recriação para a qual a comunidade associativa tem participado de forma afincada ao longo dos mais de 20 anos de vida do evento, para além do facto de que algumas das recomendações apresentadas, obrigariam a um forte investimento das associações participantes num curto espaço de tempo”, explicou Francisco Silva, em declarações ao Correio de Azeméis. 
O presidente da FAMOA afirmou que as associações ouvidas foram todas aquelas que compareceram à reunião organizada pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, pelo que desconhecem se “existiram quaisquer outras convocatórias para o efeito”. 
Para além disso, lamentou que esta abordagem por parte da autarquia, referente a um evento que acontece em meados de maio, tenha sido a primeira. Para Francisco Silva, o ‘Mercado à Moda Antiga’ é um evento “claramente merecedor de um planeamento e envolvimento mais atempado, com apresentação de novas soluções de melhoria contínua e de resposta às necessidades de participação”. 
“Parece-nos manifestamente curto todo o procedimento, inclusivamente toda a instrução do mesmo, desde a articulação com os parceiros, bem como com todos os participantes”, concluiu. 

Associação Comercial:
 “Nunca fomos ouvidos” 
Em entrevista à Azeméis TV/FM, o presidente da Associação Comercial dos Concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra (ACCOAVC), Manuel Tavares, referiu que a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, não auscultou a sua opinião quanto à não realização do Mercado à Moda Antiga. 
O comerciante considera que o cancelamento, pelo terceiro ano consecutivo, de um evento que movimenta milhares de pessoas e que dinamiza o tecido comercial oliveirense é “muito prejudicial”. Apesar de a ACCOAVC não ser um parceiro direto da realização do Mercado à Moda Antiga, é uma associação que “tem uma ligação com o evento”. “Há coisas ligadas ao Mercado à Moda Antiga que dizem respeito à Associação Comercial, por isso devíamos ter sido ouvidos, mas nunca fomos”, referiu Manuel Tavares. 
No entanto, o presidente considera que a decisão foi tomada muito “tardiamente”, e “era óbvio que não iam existir condições para dois meses antes, se preparar um evento desta dimensão”. Para Manuel Tavares, se a discussão e decisão tivesse sido “falada e pensada” com a devida antecedência, a resposta por parte das associações e coletividades do concelho podia ter sido outra, e o Mercado à Moda Antiga poderia vir a realizar-se e as condições ideais poderiam “ter-se criado”.