24 Jan 2023
Helena Terra *
Jacinda Kate Laurell Ardern foi, desde 2017, até quinta-feira passada, a primeira ministra da Nova Zelândia. Licenciada em Ciências da comunicação, com especialidade em relações públicas, iniciou o seu percurso profissional e político, em 2021, com apenas 21 anos de idade. O primeiro trabalho foi no gabinete da antiga primeira-ministra Helen Clark. Posteriormente trabalhou no Reino Unido, como assessora de Tony Blair, primeiro-ministro. No ano de 2008 tornou-se Presidente da União Internacional da Juventude Socialista. Nesse mesmo ano ainda foi eleita deputada do Parlamento da Nova Zelândia, e eleita vice-líder do Partido Trabalhista. Nesta circunstância foi lider da oposição durante 3 meses.
Em 2017, Jacinda Ardern foi a eleições e foi eleita Primeira-Ministra do seu país. Com 37 anos, a primeira-ministra da Nova Zelândia assume o cargo e foi a terceira mulher a exercer tal cargo no país de que é natural.
Vista como uma social democrata progressista, defensora do movimento operário e do estado social, como forma de alcançar o bem estar das pessoas. Jacinta Ardern, em 2017, deu ao partido trabalhista a maior vitória dos últimos 50 anos do partido. Preocupada com as políticas climáticas, com o apoio das escolas mais defavorecidas, e assumindo o aumento da carga fiscal para os Neozelandeses com maiores possibilidades, para financiar o estado social tal como o projetou.
Em 21 de junho de 2018, 8 meses após assumir o cargo de primeira-ministra, Jacinda deu à luz sua primeira filha, Neve, da sua relação com o apresentador de televisão Clarke Gayford. Ela foi a primeira primeira ministra do país a ter um filho durante o mandato, e tirou apenas 6, das 18 semanas, de licença de maternidade previstas por lei na Nova Zelândia, mantendo-se disponível para possíveis urgências
Cedo Jacinda Ardern virou os holofotes do mundo para a Nova Zelândia após o anúncio, em Março de 2020, de que o país erradicou os casos ativos de Covid-19 e a face da gestão desta crise tão bem sucedida, foi a da primeira-ministra Jacinda Ardern. Além disso, ao fim de dois anos do exercício das funções de Primeira ministra, a líder do Partido Trabalhista neozelandês ficou sob os holofotes em outras ocasiões. Ficou conhecida, até hoje, por levar a sua filha de apenas três meses a uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) e virou exemplo pela sua reação aos ataques terroristas contra as mesquitas de Christchurch, em março de 2019.
Num discurso emocionado, já no cumprimento do seu segundo mandato, Jacinda Ardern disse que não tem mais “combustível suficiente no tanque”, depois de quase seis anos como líder do país, e precisou segurar o choro no momento em que falou sobre como os seis anos “desafiadores” no cargo cobraram o seu preço. Citando Jacinda “Dei tudo de mim para ser primeira ministra, mas isso também exigiu muito de mim”.
Eis uma realidade que ainda tem grandes diferenças: o exercício de cargos políticos por parte dos homens e o mesmo exercício por parte de mulheres. Nunca nenhum homem teve que levar consigo um filho(a) de 3 meses para nenhuma reunião da ONU, mas Jacinda teve que o fazer… Agora, optou por poder ser ela a ir levar a filha à escola, quando, daqui a dias ela iniciar a frequência do ensino obrigatório. Somos todos iguais, mas ainda há uns mais iguais que outros(as)!
* Advogada