8 Jul 2025
Os sacos de entulho são uma vista recorrente neste terreno.
Ul> Almiro Ferreira revela-se preocupado com a situação
O Correio de Azeméis seguiu a história de Almiro Ferreira, o habitante da freguesia de Ul que tem vindo a denunciar, junto do jornal e da autarquia, o depósito de resíduos provenientes de construção civil num terreno vizinho. Em reportagem no local foi possível testemunhar o estado do terreno, mas também um problema novo, uma vedação colocada além da margem limite da propriedade.
Foi no final da Rua Angelina Jesus Ferreira, em Ul, que encontrámos Almiro Ferreira, um homem que confessa andar sob stress e emoção à flor da pele devido ao que, segundo o próprio, “fizeram no seu paraíso”. O terreno em frente à casa de Almiro apresenta-se como um estaleiro de apoio à construção de uma moradia, num terceiro terreno.
Almiro revela preocupação e indignação pelos resíduos que garante estarem a ser depositados nesse terreno e posteriormente cobertos com terra: “O terreno todo tem toneladas de lixo debaixo da terra […] alcatifas, sofás, vidros, sanitas, plásticos, tubos. Está ali tudo enfiado”.
Esta questão preocupa particularmente o morador na Rua Angelina Jesus Ferreira, que depende de um furo de água no local: “Não tenho água da companhia e por isso tenho um furo e agora tenho esta situação aqui à frente”.
Para além do testemunho de Almiro, foi ainda possível verificar montes de destroços e sacos de entulho, habituais em zonas de obras.
Nova vedação, novo problema
Há cerca de duas semanas, quando Almiro Ferreira regressava da Feira de Espinho, surpreendeu-se com uma nova vedação a limitar o terreno junto ao seu. A nova cerca, composta de metal, substituiu a anterior com postes de cimento, mas com uma particularidade: estava colocada cerca de um metro à frente da anterior.
O ulense garante que a nova vedação está colocada na porção de terreno pertencente à Infraestruturas de Portugal, responsável pela Linha do Vouga, que passa ali ao lado, e pede à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis a respetiva fiscalização.
Com a vedação colocada mais à frente, o espaço para que os carros possam inverter a marcha na Rua Angelina Jesus Ferreira ficou mais apertado. Almiro revela-se preocupado com essa situação, pois no estado atual afirma ser complicado uma ambulância ou um carro de bombeiros ir até ao local: “Dei cento e tal metros quadrados para a câmara, de forma que toda a gente pudesse virar o carro. O interesse não é só meu. Para vir aqui e virar uma ambulância, ou um carro de fogo, não conseguem”.
Almiro Ferreira pede, portanto, a intervenção da autarquia para fiscalizar a situação dos resíduos depositados e, também, a nova questão da vedação colocada indevidamente.
O Correio de Azeméis tentou falar com o proprietário do terreno vizinho, que se encontrava presente no local, mas este rejeitou prestar declarações. O nosso jornal tentou obter esclarecimentos por parte da Câmara Municipal, mas não obteve resposta.