23 Sep 2025
> Joaquim Jorge apresentou candidaturas com o apoio de José Luís Carneiro, secretário-geral do PS
Na presença do secretário geral do PS, o recandidato socialista à câmara municipal de Oliveira de Azeméis apresentou o balanço de oito anos, prometeu mais habitação, bolsas de estudo, saúde e saneamento, e lembrou que em 2017 encontrou as gavetas de projetos vazias.
O atual presidente da câmara municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, apresentou a sua recandidatura para um terceiro mandato, numa sessão marcada pela mobilização de centenas de apoiantes e pela presença de José Luís Carneiro, secretário-geral do Partido Socialista.
No arranque do discurso, Joaquim Jorge lembrou a realidade encontrada em 2017, quando o PS conquistou pela primeira vez a autarquia em mais de 40 anos: “uma câmara endividada, desacreditada e sem projetos prontos, sem uma única empreitada relevante a decorrer, não tinha pronto o único projeto, por simples que fosse, para que pudéssemos avançar de imediato com alguma obra. Partimos do zero”, recordou.
Desde então, garantiu o candidato, foi possível reduzir a dívida de mais de 18 milhões de euros, equilibrar as contas municipais, recuperar dezenas de escolas e edifícios públicos degradados e “investir fortemente nas redes de água e saneamento, cuja cobertura passou de 22 para 70 por cento. Passámos de uma câmara endividada para uma das melhores do país em equilíbrio e desempenho orçamental”, afirmou.
Promessas para o futuro
Olhando para os próximos quatro anos, Joaquim Jorge apresentou um conjunto vasto de compromissos. Anunciou um apoio anual de 300 mil euros para jovens que pretendam arrendar ou comprar casa, a atribuição de 80 bolsas de estudo por ano no valor de 1.500 euros para estudantes do ensino superior de famílias carenciadas, e a criação de um complemento social municipal de 500 euros para seniores. Na habitação pública, garantiu um investimento de 5 milhões de euros.
Na área das infraestruturas básicas, sublinhou que continuará a apostar nas redes de água e saneamento, com um reforço de 20 milhões de euros. Em matéria de saúde, destacou requalificações dos centros de saúde, de modo a atrair profissionais e garantir cuidados de proximidade.
A educação e a ligação ao ensino superior também marcaram o discurso: o reforço do campus da Escola Superior Aveiro Norte com novas residências universitárias, num investimento superior a 10 milhões de euros, e o acompanhamento da expansão da Escola Superior de Saúde, que já forma profissionais reconhecidos.
No plano cultural e urbano, comprometeu-se com a conclusão da Oficina das Artes, a criação da Casa da Filarmonia para afirmar Oliveira de Azeméis como 'Capital Nacional da Filarmonia', a instalação da Casa da Memória Oliveirense e a valorização do património vidreiro com o Centro Interpretativo do Vidro e o Sindicato dos Vidreiros do Norte. Referiu ainda a necessidade de preservar a Quinta do Covo, onde se localizou a primeira fábrica de vidro do país, como símbolo de identidade histórica.
Projetos estruturantes como o Parque Urbano, a Praça Maior e um pavilhão multiusos também foram anunciados, a par de iniciativas nas freguesias, como a Praia Fluvial 365 em Ossela e a requalificação das Minas do Pintor em Nogueira do Cravo. Joaquim Jorge exigiu ainda ao Governo a modernização da linha ferroviária do Vale do Vouga, a expansão da A32 ao sul e a construção do nó de acesso viário à área de acolhimento empresarial do Loureiro, projetos que considera vitais para o desenvolvimento do concelho.
Contra a desinformação
e os perfis falsos
No discurso, Joaquim Jorge não se limitou a falar de obras e projetos. Abordou também a forma como se tem feito política em Oliveira de Azeméis, criticando o recurso “à mentira, ao insulto e à criação de perfis falsos nas redes sociais para espalhar desinformação”, práticas que classificou como indignas e prejudiciais para a democracia local.
“Não é com falsidades e ataques cobardes que se serve a população”, afirmou, contrapondo a esses métodos o seu entendimento de política assente no “trabalho sério, em resultados concretos e no respeito pelos cidadãos”.
Antes de Joaquim Jorge, Bruno Aragão, presidente da Comissão Política Concelhia, destacou o papel do PS local na escolha das pessoas certas para liderar o concelho. Relembrou que o ponto de partida de 2017 foi de enormes dificuldades, mas insistiu que a equipa socialista conseguiu transformar esse cenário. Sublinhou ainda que a forma de fazer política importa tanto quanto os resultados: “Não somos iguais, não queremos mesmo ser iguais.”
Esse mesmo reforço da dimensão ética da política fora igualmente salientado por Amaro Simões, (também) recandidato à 'cadeira grande' do órgão deliberativo do município: argumentou que o exercício autárquico deve promover a tolerância e a diversidade de opiniões, afirmando que “quem não serve para servir, não serve para nada”.
No seu discurso, destacou valores humanistas e apelou a uma prática política que não ceda à corrupção, à mentira ou à intriga.
Simões criticou modelos que privilegiam apenas o economicismo, defendendo, pelo contrário, uma visão solidária e abrangente. Simões relembrou ainda o Dia Internacional da Paz, convidando os presentes a inspirarem-se na mensagem de fraternidade de São Francisco: “Onde houver ódio, levemos o amor; onde houver erro, levemos a verdade.”
Para Amaro Simões, a política é “a mais alta expressão da caridade”, entendida como fraternidade, partilha e respeito pelo próximo.
José Luís Carneiro sublinha legado e confiança
O secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, trouxe à sessão um discurso de forte apoio ao recandidato, reforçando o contraste entre o passado e o presente do município. Recordou a dívida elevada e os meros 22 por cento de saneamento em 2017 e sublinhou que Joaquim Jorge não se deixou paralisar por essa herança. Pelo contrário, transformou a “prioridade invisível” do saneamento num projeto estruturante de saúde pública.
Carneiro enalteceu também “a aposta numa economia de conhecimento, inovação e formação profissional, necessária para fixar jovens e criar melhores salários”. Alertou que, num mundo global, “ou nós cuidamos de tratar dessas gerações ou elas sairão do país”, e valorizou o facto de o projeto oliveirense investir no ensino superior e em condições de vida dignas para os trabalhadores.
O líder socialista não deixou dúvidas quanto ao seu apoio: “O Joaquim Jorge é um líder que se preocupa com o essencial e que deixa um legado muito melhor do que aquele que herdou. Tu contas connosco e nós contamos contigo.”
Freguesias, juventude e participação
Fátima Ferreira, candidata à União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madaíl, destacou o papel das freguesias como primeira porta do Estado e saudou o compromisso socialista de reforçar em 15 por cento as transferências financeiras para estas autarquias.
A juventude também teve espaço. Inês Silva, a votar pela primeira vez, lembrou a importância e a responsabilidade do primeiro voto e apelou à confiança dos mais velhos nas opções das novas gerações. Vasco Alves, líder da Juventude Socialista concelhia, realçou o envolvimento de mais de setenta jovens nas listas e sublinhou medidas como o apoio ao arrendamento e a duplicação do número de bolsas municipais de estudo.
O evento contou ainda com a presença do Comendador António Rodrigues, empresário de relevo nacional, cuja vida e percurso foram evocados por Bruno Aragão e José Luís Carneiro como exemplo de resiliência e contributo para o desenvolvimento de Oliveira de Azeméis e do país.
Um apelo final ao voto
No fecho, Joaquim Jorge apelou à participação nas eleições de 12 de outubro. “Não votar pode significar muitas vezes votar naquilo que não se quer”, afirmou, defendendo que cada voto é fundamental para escolher os melhores e fortalecer a democracia. Convicto de que os oliveirenses renovarão a confiança no seu projeto, deixou a promessa de que Azeméis continuará a avançar para ser “um dos melhores concelhos do país para viver, investir e trabalhar”.