Dois anos à espera de um papel que só agora chegou

O casal de ex-emigrantes Manuel Tavares e Maria Pinho abordou o Correio de Azeméis, para contarem a sua história de desespero dependente de burocracia da Segurança Social. Na última edição do ano de 2023 do Correio de Azeméis contamos, na reportagem intitulada “Sinto-me uma emigrante no meu próprio país”, a história deste casal. Desde 2021, Manuel Tavares foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica e estava à espera, há quase dois anos, de começar a receber pensão por invalidez, bem como, Maria Pinho tentava obter o estatuto de cuidadora informal. Ontem, o casal informou o Correio de Azeméis, que a situação ficou resolvida.

Segundo o que relatou ao nosso jornal na reportagem que saiu na última edição do ano, o que estaria a impedir o processo de avançar seria um documento submetido à Segurança Social que estava em alemão e aguardava a sua tradução há quase dois anos. Este documento teria sido submetido pelo sistema de pensões de invalidez da Suíça, onde o casal esteve emigrado desde 2006.

“Eu andava sempre a ver o portal da Segurança Social do Manuel, e, no passado dia 11 de janeiro, vi  que o processo tinha sido deferido. No dia seguinte de manhã recebi um pagamento referente à Segurança Social”, contou ao Correio de Azeméis. Mais informou, que já recebeu todos os retroativos desde 2021 referentes ao suplemento por dependência e à pensão de invalidez do Manuel, ficando assim a situação regularizada até ao presente mês e ano. Agora, Maria Pinho já está a “submeter a documentação” para conseguir obter o estatuto de cuidadora informal, e “segundo o que me informei penso que também terei direito aos retroativos referentes a 2021”, prosseguiu, confessando que “em questões financeiras vem nos ajudar muito”, mas, “o que eu queria era que o Manuel melhorasse, e sinto que ele com esta situação resolvida também ficou mais aliviado e vai pode usufruir dos seus direitos”, concluiu.

Comentador da SIC Luís Marques Mendes falou do assunto no passado domingo

No seu comentário semanal Luís Marques Mendes, ao citar a notícia do Correio de Azeméis, lamentou que estes casos aconteçam e apelou para que haja “um pouco mais de coração e de sensibilidade”, referiu o comentador, que apontou que situações como esta “não são aceitáveis”.