DORMIR - O Pilar Negligenciado da Saúde Emocional

Opinião Saudável(mente) com a Dr.ª Fanny Martins

> Fanny Martins

Sabemos que vivemos numa cultura que valoriza o fazer, o estar ocupado, o estar disponível para tudo e para todos. Precisamos de cada vez mais horas, para estar ativos e operacionais. E por isso, o sono, é muitas vezes desvalorizado, visto como um luxo ou até como uma perda de tempo. Mas e se eu lhe dissesse que dormir bem é uma das práticas mais profundas de autocuidado emocional que pode ter?
Dormir está bem longe de ser apenas uma necessidade física. É um precioso reset e uma ferramenta fundamental de regulação emocional, equilíbrio hormonal e recuperação cerebral. Durante o sono, sobretudo na fase REM, o cérebro processa experiências emocionais, ajuda-nos a dar significado ao que vivemos durante o dia, regula emoções e equilibra hormonas essenciais ao nosso bem-estar. 
Privarmo-nos de um sono de qualidade é, na prática, comprometer a nossa saúde mental. Emoções como ansiedade, irritabilidade, tristeza profunda e impulsividade intensificam-se quando não dormimos bem. 
Como terapeuta, constato frequentemente que a má qualidade do sono está na origem de várias queixas emocionais. Pessoas que dormem mal têm mais dificuldade em regular os seus pensamentos, manter o foco, e lidar com as exigências do dia a dia. A privação de sono aumenta os níveis de cortisol, a chamada hormona do stress, e reduz a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados à felicidade e ao equilíbrio emocional. Não é por acaso que, após uma noite mal dormida, nos sentimos mais ansiosos, irritáveis, inseguros ou emocionalmente mais frágeis. Além disso, o sono influencia diretamente a produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, essenciais para o bem-estar. 
É importante entendermos que o sono é muito mais do que um tempo de “descanso”. É um processo terapêutico natural, perfeitamente desenhado pela nossa natureza, que nos reconecta connosco mesmos, nos reequilibra e reorganiza.
Num tempo em que tanto se fala de autocuidado, é urgente resgatar o valor do sono como um ato de amor próprio e uma prática terapêutica. Se não tem um sono reparador, está na altura de parar para si, e procurar a ajuda de um médico, psicólogo ou terapeuta. 
O conselho que lhe quero deixar carinhosamente este mês, é que deve mesmo valorizar o seu sono e cuidar da sua rotina de descanso, como quem cuida de um bem precioso. Porque é isso que o sono é na nossa vida. 
  
Fanny Martins, Terapeuta

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