“É literalmente como se estivéssemos a flutuar”

Com apenas 15 anos, o jovem natural de Oliveira de Azeméis, Pedro Gil Castro, teve a oportunidade de ser um astronauta por um dia. Esta foi uma experiência proporcionada pela Agência Espacial Portuguesa e o Pedro foi um dos escolhidos de um total de 30 jovens selecionados de 634 candidatos. Assim, este jovem, pode viver a experiência única de ausência de gravidade e as condições enfrentadas por astronautas em missão espacial. O evento realizou-se entre os dias 26 e 29 de setembro na Base Aérea de Beja e o Pedro veio aos estúdios da Azeméis TV/FM relevar todos os pormenores desta aventura.

Um apaixonado pelo espaço. “Esta já foi a terceira edição [e através] de um filho de um colega de trabalho do meu pai, que tinha sido finalista na primeira edição [descobri esta iniciativa]. Eu sempre gostei desta área, aeroespacial, e quando os meus pais me contaram sobre a experiência, decidi logo participar, sem hesitações.

As cinco fases de acesso. “Nós tivemos de passar por cinco fases e em cada uma iam sendo eliminados vários concorrentes. A primeira fase enviamos um vídeo onde falamos sobre nós e porque é que gostaríamos de participar. A segunda fase eram provas relacionada com o raciocínio, com a lógica e com a memória. Já a terceira teve a ver com a parte física. Na quarta fase foi uma entrevista, onde tivemos de voltar a falar sobre nós e responder a diferentes questões. E por fim, já com os 30 selecionados, realizamos diferentes exames médicos num hospital militar, em Lisboa, para sermos os selecionados.”

O voo de gravidade zero “simplesmente uma sensação espetacular”. “Já sabia que íamos fazer o voo, mas não estava à espera dos outros três dias que passámos. Fomos para Beja no primeiro dia e pernoitamos na base militar número 11. E lá realizámos, nos dois dias seguintes, muitas atividades relacionadas com a Força Aérea e com o espaço. O momento alto foi o último dia em que fizemos o voo de gravidade zero. A sensação é indescritível (…) é simplesmente uma sensação espetacular. Nós não conseguimos saber para onde é que estamos a ir, não sentimos o nosso peso. É literalmente como se estivéssemos a flutuar. O voo foi cerca de três horas e consistiu em 15 parábolas. Ou seja, nós subíamos muito rapidamente no avião e depois o avião fazia uma descida muito brusca que causava com que nós sentíssemos a gravidade zero. Foram 15 vezes que fizemos isso. E a primeira não foi logo a gravidade zero, sentimos a gravidade de Marte e a segunda e a terceira sentimos a gravidade da Lua. Depois é que sentimos a gravidade zero nas restantes parábolas.”

Um embaixador da iniciativa. “Com esta entrevista o meu objetivo também é para divulgar um pouco o projeto. Estou a pensar ir falar a algumas escolas aqui desta zona sobre o projeto e tentar convencer os jovens a participarem. Obviamente que gosto muito de contar a experiência a amigos meus que de certeza também vão participar para o ano. (…) Se quiserem saber mais informações, é só pesquisar pela atividade:  Zero-G Astronauta por um Dia. Encontram logo informações muito detalhadas sobre o projeto e espero que se interessem, porque não é algo comum fazerem um voo em gravidade zero e de certeza que muitos estarão interessados em fazê-lo. Com um pouco de esforço em todas as fases que terão de passar, certamente conseguiram alcançar o objetivo e fazer esta experiência que é algo totalmente inacreditável e que não dá para descrever.”