Envergonhemo-nos e indignemo-nos

PCP

Vítor Januário *

Está a Europa metida de novo numa via extrema de direita que elege, como sempre fez, um alvo fácil e, preferencialmente, mais indefeso para mobilizar os descontentamentos entre descontentes explorados e jovens a espreitar o primeiro emprego ou maior estabilidade bem como os que por já se sentirem indefesos e debilitados pela idade temem fantasmas de insegurança que os apanharão na esquina da rua. Claro que há ainda os que têm guardado no armário o pensamento que a democracia não permitiu levar à ação com a facilidade que agora se vai instalando – lembram-se que não seria preciso um Salazar porque há quem o substitua, mas jamais diriam  o mesmo sobre a Revolução do 25 de Abril, que, aliás, querem fazer esquecer, de facto, não só porque muitos que se opunham ao progresso social também foram derrotados no 25 de novembro mas também porque alguns comemorariam com agrado o 28 de maio da ditadura que nos governou. Convém não esquecer que  há nessa banda política o costume seletivo da espécie humana, que não é sempre por diferenças ideológicas. É o que sucede e vemos, com vergonha e indignação, relativamente às pessoas imigrantes, num caminho de cultura xenófoba.
Apesar de sermos maioritariamente  migrantes forçados, sempre que as condições de vida ou a instabilidade laboral abundam, hoje, a extrema-direita e a direita que não quer perder  mandato escolhem como preocupação a migração para difundir desconfianças e despachar cidadãos de outros países como se fossem culpados das incertezas lançadas nas suas vidas ( embora os próprios  as procurem melhorar esforçada e honestamente). É verdade que tais políticos  se lembram de apontar as condições indignas em que vivem muitos dos que vêm de outras nações( os mais pobres,  sem surpresa) , mas o cinismo dessa pretensa compaixão revela-se despudorado quando se foca a atenção  no cancelamento ou na expulsão em vez de se mostrar absoluto empenho para combater redes de tráfico,  se proporcionar  acesso a habitação e a serviços públicos, garantindo ainda remunerações justas, como, aliás ,se deve pretender para qualquer outro cidadão.
Quis o PCP, na Assembleia da República , resolver a emergência dos que são agora visados. Contudo, contou com a oposição de toda a direita, obviamente. Evidentemente, persistir e lutar pela melhoria da condição humana é o que continuaremos a fazer.

* Representante Partido Comunista Português

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