Escolher viver

Saudável(mente) com a Dr.ª Fanny Martins

Fanny Martins *

Todos nós já ouvimos falar de histórias de pessoas que alcançaram vários objetivos financeiros, laborais, familiares, mas que ainda assim descrevem uma sensação de vazio. Assistimos a notícias de suicídios sem que nada o fizesse prever. Partilho convosco que do dia 1 ao dia 5 janeiro de 2024 suicidaram-se 14.130 pessoas no mundo inteiro. Em 5 dias, mais de 14.000 pessoas, independentemente dos objetivos que alcançaram nas suas vidas, escolheram terminar voluntariamente com a sua vida. Sei que quando nos confrontamos com este tipo de evidências, tendemos a dicotomizar e ficar no lado “(…) nunca faria uma coisa destas” ou “(…) qualquer dia faço o mesmo”. Eu sou da opinião que não nos podemos ficar pela análise desprendida ou identificativa, porque no que concerne à saúde emocional e mental, estes números dizem respeito a cada um de nós. A nossa saúde emocional, tal como a nossa saúde física, é feita de uma história genética, mas também comportamental. Nesta história, existe a responsabilidade da escolha. Prevenir em saúde emocional, implica nos diferentes contextos em que estamos inseridos haver uma procura por conhecimento sustentado, e depois a promoção e adoção de práticas concernentes a esse conhecimento. São inúmeras as formas de promover e tornar sustentável a nossa saúde emocional, de forma a prevenir situações de depressão, ansiedade, doenças do foro psiquiátrico e numa instância mais limítrofe o suicídio. Todos nós, já fomos ou somos, funcionários, pais, educadores, estudantes, desportistas, e como tal temos o poder de escolher aprender e implementar. Existem diferentes terapias vocacionadas para resolver problemas do foro emocional e mental, e essas mesmas terapias não servem apenas para a crise. Podemos recorrer a elas como prevenção da crise. Procurar terapia para nós, ou para os nossos filhos não revela fraqueza ou fragilidade, revela inteligência e capacidade de antecipação. Ter autoestima, competências de superação, estratégias de copping, auto controlo, gestão emocional, não são competências que só alguns podem ter ou aceder. Todos nós, enquanto humanos, temos competências intrínsecas e recursos extrínsecos para fomentar e alcançar a nossa homeostasia emocional. Na minha opinião o suicídio é a consequência do estado limite da desesperança no indivíduo que está inserido num coletivo, e se de hoje em diante, o leitor deste artigo conseguir sentir desta maneira, sei que de uma ou de outra forma, vai ajudar alguém, a perceber a diferença entre viver e sobreviver. Respirar é bem diferente de VIVER, e é urgente escolher viver.  
 

* Colaboradora e terapeuta

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