“Estamos a consolidar as nossas valências”

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A empresária Rita Vidal Figueiredo esteve no programa ‘ADN Oliveirense’, transmitido pela Azeméis TV/FM e conduzido por Helena Terra onde revelou as dificuldades sentidas na retenção dos recursos humanos.

Rita Figueiredo lidera, em conjunto com o irmão, os destinos da empresa de transportes Vidal da Costa Figueiredo. Sediada em Nogueira do Cravo há 50 anos, a empresa tem na Rita e no irmão a terceira geração que abraçou os desafios da empresa. No programa ‘ADN Oliveirense’, conduzido por Helena Terra e transmitido na Azeméis TV/FM, Rita Figueiredo falou dos desafios diários e das adaptações que a empresa tem feito desde que chegou à empresa, há já 20 anos. 

Uma empresa oliveirense
“Apesar de termos clientes em todo o país e na Europa até, felizmente estamos muito bem situados, mesmo a nível de acessos de localização, de acesso rápido ao Porto e Aveiro, mesmo à fronteira em Vilar Formoso. Gosto muito do meu cantinho, da minha zona e apesar de ser província  temos tudo o que precisamos à mão e a nível de tecido empresarial sem dúvida que temos Oliveira de Azeméis e as cidades vizinhas muito bem recheadas de empresas empreendedoras e felizmente são alguns clientes importantes aqui da zona”. 

A expansão da empresa
“Felizmente conseguimos comprar uns terrenos à volta e estamos a dar início à expansão das instalações. Foi um problema que felizmente conseguimos ultrapassar. Já o mesmo não se pode dizer dos acessos e do estado do piso e com os camiões é problemático. Os camiões que carregam tantas toneladas precisavam de vias com outras condições. Vamos dar início quando nos deixarem burocraticamente. O tal do ‘simplex’ pessoalmente e profissionalmente ainda não o encontrei, mas gostava”. 

A falta de apoios
“Não sei porquê, mas a maioria dos incentivos não são adaptados ao nosso CAE (código de atividade económica). Vemos uma fábrica de calçado que quer comprar uma máquina que precisa para produzir e existem apoios do Estado. A minha máquina é o camião e ninguém me dá apoios para comprar um. Ou compro com o nosso dinheiro ou tenho que ir à banca”. 

Entraves constantes
“A nossa luta é contínua. A legislação deveria alterar algumas coisas, precisamos de mais celeridade, não só em Portugal , mas a nível europeu. Não sei porque é que nos dificultam tanto a vida, só queremos trabalhar. Nós para aumentar um funcionário temos que pagar o dobro ou o triplo daquilo que depois ele vê no final”. 

Crescer a pensar no ambiente
“Fazemos uma gestão dos abastecimentos o mais rigorosa possível e vamos apostando na renovação da frota. Estamos, neste momento, com uma idade média de frota de quatro anos, o que é muito positivo a nível nacional creio que deve estar perto das melhores e depois isso também se reflete a nível ambiental”. 

A maior dificuldade
“Neste momento, o maior desafio que temos são as importações, porque são insustentáveis os retornos em vazio, não pode vir um camião de França vazio, pois isso implicaria uma de duas coisas: ou as empresas de transporte não sobreviveriam ou os clientes teriam que pagar o dobro, no mínimo. Nós temos uma ferramenta que é uma bolsa de cargas que nos dá uma ajuda na busca dessas cargas de importação, mas temos uma lacuna muito grande porque não compramos tanta coisa à França ou a países vizinhos. Como estou eu, estão os meus concorrentes”. 

O dilema dos recursos humanos
“É muito difícil. Há uma instabilidade muito grande. Há uma rotatividade muito grande, eles por qualquer coisa chateiam-se e vão-se embora, não dão satisfações. E há uma lacuna muito grande no que diz respeito a motoristas. Nós neste momento estamos com uma equipa um pouco envelhecida, temos cerca de dez motoristas com mais de 60 anos, pessoas que em breve se vão retirar. É um problema europeu, não é só nacional”. 

Uma nova realidade
“As pessoas hoje em dia valorizam mais o tempo em casa, enquanto que a minha geração e as anteriores tinham um maior espírito de sacrifício. Mesmo a nível administrativo vê-se muito o ‘olhar para o relógio para ver se está na hora’. Isto está correto, não defendo que as pessoas devam descurar a vida familiar, mas  deve haver um equilíbrio e às vezes é necessário sacrificar um em detrimento do outro e não vejo tanto isso nesta geração. A nível de remuneração acho que é atrativo, é uma profissão relativamente bem paga, acima da média”.

Despertar o interesse dos jovens
“Há uns anos houve uma iniciativa da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis em conjunto com a de Vale de Cambra que se chamava ‘Aqui há futuro’ e nós na altura achamos interessante porque os alunos das escolas iam visitar a feira. Participamos em três edições, tínhamos um camião e os miúdos até revelavam alguma curiosidade e interesse e portanto fica a dica, talvez seja altura de criar uma iniciativa do género ou de alguma forma irmos às escolas , nós tecido empresarial, demonstrar as necessidades que temos”. 

O segredo do sucesso
“A chave é tentar conjugar as expectativas de todos ou seja do fornecedor, do cliente, do motorista, da nossa, que também temos, até porque estamos cá para ganhar dinheiro, para garantir a nossa sustentabilidade e só assim  podemos garantir as expectativas dos nossos colaboradores”.

Potenciar valências
“Nós agora não estamos à procura de ir mais longe, porque fizemos estudos de outros mercados. Estamos a tentar consolidar as valências que temos, recentemente estamos a apostar nos transportes especiais de grandes dimensões que é algo que nos diferencia.”
 

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