“Estou livre para dizer que sim [a mais quatro anos]”

Amaro Simões veio aos estúdios da Azeméis TV/FM para falar sobre o seu percurso político. O presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis confessa “estar livre” para dizer que sim a mais um mandato, mas confessa que preferia que existisse outro candidato.

Durante 24 anos foi presidente da Junta de Freguesia de S. Roque, ocupou o cargo de presidente da Assembleia de Freguesias durante quatro anos e cumpre agora o seu primeiro mandato como presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis. Os estúdios da Azeméis TV/FM receberam Amaro Simões para que falasse da sua experiência na política local.

Nasceu em Guimarães, mas caracteriza a freguesia de São Roque como a sua terra adotiva. Amaro Simões, presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis, tem uma experiência de mais de três décadas na política local, mas confessa que não se sente um político. Garante que o seu modo de estar na política é o mesmo que adotaria se fizesse parte de uma associação desportiva ou recreativa e considera que o desempenho do seu cargo atual tem sido uma tarefa bem mais fácil do que aquela que desempenhou como presidente da Junta de Freguesia de S. Roque.

UM MESMO MODO DE ESTAR. “A minha forma de estar na Junta é a mesma forma de estar na Assembleia Municipal. Não sei ser de outra maneira: sei entregar-me, sei procurar ser digno e responsável. Primeiro, respondo perante a minha consciência informada da lei e do bom senso. Depois, tenho responsabilidade com as pessoas que me elegeram. O que é fundamental é que se criem condições para que as pessoas que confiaram em nós sejam felizes.”

AS DIFICULDADES DE SER PRESIDENTE DA JUNTA. “Não fico tranquilo com a minha consciência se não fizer um grande reconhecimento aos Presidentes da Junta. Toda a gente que aceita ser candidato e depois eleito presidente da Junta de Freguesia merece o maior respeito da sua comunidade. Às vezes luta com falta de meios e falta de compreensão, luta com as invejas naturais, às vezes nem são políticas, mas aquelas invejas sociais. Admiro os homens e mulheres que dão parte da sua vida como autarcas ou presidente de juntas de freguesia.”

A IMPORTÂNCIA DE ESTAR PRESENTE. “Onde estiver povo, neste caso, oliveirenses, eu gosto de estar. Nos aniversários das associações, dos grupos de futebol, das bandas de música, dos bombeiros, eu gosto de estar. Se calhar sinto-me mais feliz numa festa de aniversário de uma associação ou numa atividade cultural ou recreativa que se faça no município, do que a fazer uma grande viagem. É com o meu povo que gosto de estar e sinto-me realizado quando vejo que as pessoas valorizam, nem sabia que valorizavam tanto [estas presenças].”

SER [OU NÃO] POLÍTICO. “Não me sinto um político no termo rigoroso da palavra, porque acho que todos nós somos políticos, mas eu nunca vivi da política. Posso viver para servir, porque a política é serviço e temos de estar ao serviço das pessoas. Se isso é política, pronto, eu sou político também, mas eu entendo que os políticos são aqueles que vivem da política. Eu nunca vivi da política, felizmente.”

UM PRESIDENTE DA AM INDEPENDENTE. “Sou independente, livre, disponível e respeitoso para todas as bancadas. As pessoas de todos os partidos e bancadas sentem que sou independente e isento na apreciação das propostas e no uso da palavra. Penso que as pessoas não sentem [em mim] um cunho partidário, tenho consciência de que as funções que desempenho me obrigam a isso. Claro que estamos numa lista, mas os partidos são ferramentas para exercermos mais eficazmente o serviço à comunidade […]. Já não tenho ambiente para entrar num espaço de luta partidária pura e dura: para isso, não contem comigo.”

DISPONIBILIDADE PARA MAIS QUATRO ANOS. “Já disse a quem devia dizer que estou livre para dizer que sim e direi sim com muito gosto, mas teria muito mais prazer se me dissessem: ‘Amaro, agradecemos o teu trabalho, mas temos outra pessoa candidata e vamos fazer a experiência’. [Ou seja], estou disponível para ‘sim’, [mas] muito mais disponível para ‘não’.”