26 Oct 2022
Urb@nidades - Rui Nelson Dinis
Rui Nelson Dinis *
Cristiano Ronaldo foi, para a maior parte do planeta, o Melhor jogador do mundo. Foi, sem sombra de dúvida, o Melhor jogador português de futebol de sempre. Não devemos tão cedo encontrar alguém tão bom e decisivo.
Infelizmente, a errância dos seus comportamentos, com acentuada falta de respeito pela sua própria equipa, tem desiludido os seus milhões de admiradores. CR7 está numa fase decisiva da sua vida e, como muitas outras vezes, está a atravessar um enorme desafio: preparar o fim da sua carreira de astro do futebol.
Só que, ao contrário daquilo que sempre conseguiu, com dedicação, sacrifício e tenacidade, desta vez não parece preparado para gerir o final da sua carreira. Tem condições para ser o Melhor Jogador de Futebol de toda a história, mas precisa para isso de ter uma boa “estratégia de saída”.
Mas não está a ter. Não me parece que nem ele (por limitações humanas, até por falta de experiência), nem a sua “entourage” profissional (liderada pelo empresário Jorge Mendes), estão preparados para delinear nem executar uma adequada e frutífera “estratégia de saída”, que lhe permita transitar para o estrelato de um patamar pessoal, profissional e de carreira diferentes dos restantes.
Quanto maior é o sucesso de um plano, projeto ou carreira, melhor e mais cuidadosa tem de ser a sua “estratégia de saída”. Na vida de CR7 e na vida de todos nós. Devemos saber entrar e ainda melhor, saber sair.
Talvez por isso, ao longo da história, assistimos a carreiras brilhantes que terminaram em miséria, ferrugem, cinzas e fuligem. Frequentemente, choramos brevemente a sua morte e passamos ao seguinte, num suspiro.
Espero que Cristiano Ronaldo, CR7, saia como o Melhor Jogador de Futebol de sempre! Sabendo pensar e executar a “melhor estratégia de saída” de sempre, à altura dos seus golos e da sua gloriosa carreira. De outra forma, será mais um sem o conseguir e o seu final será apenas o de justificar o seu próprio fim.