Eternamente, Jovens.

Urb@nidades - Rui Nelson Dinis

Tem havido uma onda crítica em relação ao papel das juventudes partidárias na formação dos nossos políticos.

Sobretudo ao nível de algumas elites centrais, que contestam esse papel, quando veem nele um canal de acesso ao poder (quiçá, ilegítimo) de gente da “província”, que de outra forma não chegariam lá

Compreende-se a reserva para essas elites, mas é bom que o crescente e excessivo recurso à generalização e aos clichés sobre tal matéria, como noutras, não venha a destruir a pertinência do tema e da mensagem.

Se identificarmos a matriz da maioria dos políticos em Portugal, encontramos situações totalmente díspares, com carreiristas que nunca pertenceram a juventudes partidárias e membros de juventudes partidárias que fizeram carreiras profissionais completamente afastadas das organizações por onde passaram.

Fazer carreira na política ou no Estado, não implica necessariamente ter proveniência de uma juventude partidária. António Costa não fez carreira numa juventude partidária. Cavaco Silva, José Sócrates ou Paulo Portas, também não. Aliás, alguns deles começaram as suas carreiras políticas, por não terem tido sucesso nas respetivas juventudes partidárias.

Qualquer um deles não podia ser mais diferente, ou mais parecido entre si, com Pedro Passos Coelho, Sérgio Sousa Pinto, António José Seguro ou Jorge Moreira da Silva, que tiveram passados em juventudes partidárias.

Pertencer ou ter pertencido a uma juventude partidária, não é, nem deve ser, uma “capitis deminutio” para ninguém. Pelo contrário, deve ser uma afirmação de cidadania e participação, legítima, mas não obrigatória. Sem rótulos, sem estigmas. Sem sequelas.

O problema é quem tenha um dia entrado e nunca mais tenha saído das juventudes partidárias e abrace o mundo, fechado e hermético, medindo tudo pelas lentes daquelas, como se mais nada houvesse extrafronteiras.

Infelizmente, isso pode acontecer com quem sai de juventudes partidárias, como outros que apenas conhecem a Universidade, ou o sindicalismo, ou um ramo empresarial ou um setor monolítico, sem a mais pequena ideia do que se passa na porta ao lado.

Por isso defendo Governos com políticos com vocação universal e global, escolhidos pela sua competência para definir políticas e aptidão para tomarem decisões, apoiados por técnicos com elevada especialização e capacidade para resolver problemas complexos. Suavizam as reuniões de conselhos de ministros, mas perdem na qualidade e eficácia da concretização das políticas.

Não tem sido esse, muitas vezes, o critério de escolha, preferindo alguns chefes de Governo escolher para os seus governos pessoas que dariam ótimos diretores-gerais, dirigentes da administração ou executivos de empresas, assegurando o seu silêncio e obediência, mas que acabam por ser transitórios carregadores de pastas. 
 

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