27 May 2025
S. Martinho da Gândara Loureiro Freguesias Cesar
A qualidade dos passeios, a falta de sinalização rodoviária e os apoios ao movimento associativo foram alguns dos temas do debate entre os fregueses e o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge
>Autarcas puderam ouvir preocupações da população
A iniciativa “Prestar Contas”, promovida pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e que dá a conhecer os investimentos aplicados e o que tem sido feito nas freguesias do concelho, chegou a Cesar, São Martinho da Gândara e Loureiro nos dias 19, 21 e 23 de maio, respetivamente. Os fregueses que assistiram tiveram também a oportunidade de expor as suas dúvidas, queixas e preocupações.
Cesar
A Junta de Freguesia de Cesar recebeu o Executivo municipal a 19 de maio. Ana Bela Oliveira foi a primeira interveniente e falou sobre a qualidade dos passeios na freguesia. Em resposta, Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal, deu conta de que: “Estamos a fazer muitos quilómetros de passeio, mas há zonas onde é difícil implementá-los, como no caso das ruas estreitas.”
Já o estado das vias de circulação e a falta de sinalização rodoviária foram mencionados por Ângelo Silva, que também se manifestou preocupado em relação à atuação dos operadores da Câmara Municipal. “Quando têm necessidade de abrir as estradas, nunca repõem o serviço de forma correta”, frisou.
O edil oliveirense retorquiu que a sinalética é “absolutamente fundamental”, nomeadamente ao nível da pintura de estradas, mas explicou que a empresa responsável tem tido dificuldades de agenda que não possibilitam a resolução atempada de alguns dos problemas. Quanto aos operadores, Joaquim Jorge reconheceu as falhas e revelou que o Executivo está a trabalhar num regulamento que estipula regras de intervenção.
Por sua vez, Paulo Silva, tesoureiro da Villa Cesari, pediu esclarecimentos sobre a existência de apoios para a formação musical dos estudantes da escola de música. Em resposta, Joaquim Jorge sublinhou que a Câmara Municipal tem tentado criar condições para que o movimento associativo seja sustentável, ressalvando, no entanto, que a atribuição de apoios está dependente da solidez dos recursos existentes.
São Martinho da Gândara
A Junta de Freguesia de São Martinho da Gândara recebeu o Executivo municipal a 21 de maio e os fregueses expuseram algumas das suas preocupações, desde o PDM do município aos investimentos nas escolas e acessibilidades.
Segundo António Marques, presidente da Junta, alguns dos jovens da freguesia não têm conseguido fazer construções nas propriedades dos seus pais devido ao facto de serem zonas protegidas. Estas dificuldades, segundo o presidente, têm feito com que a população mais jovem tenha optado por sair de S. Martinho da Gândara.
O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge, reconheceu as dificuldades, mas sustentou que as zonas protegidas não são definidas pelo município. “O que [conseguimos] fazer é propor alterações a esses limites e vamos fazê-lo, porque queremos que as freguesias tenham espaço urbanizado onde se pode construir”, frisou.
José Terra queixou-se da acessibilidade da freguesia ao centro da cidade. O edil oliveirense reconheceu a existência de “estradas perigosíssimas” e da falta de passeios, assegurando, no entanto, que o Executivo está comprometido com a resolução desses problemas. Terra aproveitou ainda para questionar o presidente sobre os investimentos programados para as escolas. Sobre a Escola Cantina, Joaquim Jorge adiantou que esta vai ser inserida num “roteiro que qualifica cinco equipamentos que estavam abandonados”, com a realização de exposições de fotografia, salas temáticas “ligadas à roda dos alimentos” e múltiplas salas de “experimentação” e de “sensibilização”.
Loureiro
Loureiro foi a quinta freguesia a receber o projeto “Prestar Contas”. A zona industrial e a preservação do meio ambiente e património cultural da aldeia estiveram entre as preocupações dos fregueses.
Manuel Terra foi o primeiro interveniente, tendo exposto as suas preocupações com as infraestruturas de base e a acessibilidade da zona industrial, bem como a poluição do rio. “Era importante ter recursos financeiros para requalificar as zonas industriais”, respondeu Joaquim Jorge, acrescentando: “Estamos a fazer os dois eixos que faltam e com isso a rede viária naquele domínio fica consolidada, mas falta investir muito dinheiro do outro lado [do território] e é esse o passo que vamos ter que dar.”
Sobre a poluição do rio, o autarca sublinhou que as unidades industriais serão algumas das responsáveis pela carga existente, bem como as ETAR, cujos “papéis precisam de ser reformulados”, porque já não estão a “cumprir a sua missão.”
Por sua vez, José Queirós, presidente da Junta, mencionou a existência de um moinho na freguesia que é propriedade da Câmara Municipal e os fregueses aproveitaram para se manifestarem sobre a importância de preservar aquele património. “A qualidade da água e do ambiente nesse território são fracas e não atraem investimento, pelo que potenciá-lo turisticamente é difícil. Mas a preservação do património faz sentido”, respondeu o presidente da Câmara Municipal.
PDM do município, os investimentos nas escolas e a qualidade das vias de circulação rodoviária foram o centro das preocupações dos fregueses
O acesso à zona industrial e a preservação do meio ambiente e do património histórico e cultural da freguesia estiveram entre os temas trazidos a debate pelos fregueses