22 Apr 2024
Em abril assinala-se o mês da prevenção dos maus tratos na infância
Em abril assinala-se o mês da prevenção dos maus tratos na infância, estando normalmente associado ao Laço Azul. Neste sentido, Helena Lestre, presidente da CPCJ de Oliveira de Azeméis e Ana de Jesus, comissária da CPCJ de Oliveira de Azeméis, vieram aos estúdios da Azeméis TV/FM para sensibilizar sobre esta temática.
Laço Azul e 50 anos de abril
“Este ano, é o Laço Azul da Liberdade. Pedimos às escolas e entidades para fazerem o laço deles, e depois nos enviarem, para fazermos uma exposição de celebração dos 30 anos da CPCJ. Aproveitámos os do ano passado, que fizemos uma exposição na Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, e fomos distribuí-los pelos estabelecimentos comerciais aqui de Oliveira de Azeméis, juntamente com a história do laço azul.”
Helena Lestre, presidente da CPCJ de O. Azeméis
Prevenção continua a ser importante
“Esta iniciativa é essencialmente um mês de prevenção. Infelizmente, diariamente, entra-nos pela televisão, imagens que nos horrorizam, e dentro dessas imagens, as crianças são uma coisa que eu acho que já começou a ser tão normal que já ninguém fica com o estômago embrulhado por ver aquelas crianças a cair no meio da guerra, no meio da fome, e não podemos normalizar isto. Não é pressuposto que em pleno século XXI nós continuamos a ver tantas crianças no mundo a viverem cada vez pior.”
Ana de Jesus, comissária da CPCJ de O. Azeméis
135 processos ativos
“Atualmente temos ativos 135 processos de promoção e proteção, mas o nosso volume processual, neste momento, está em 220, menos em relação ao ano passado.[...]A medida mais aplicada pela nossa comissão é a de apoio junto dos pais, mas, tem este percalço que é a atividade laboral e dos técnicos que não se coaduna muitas das vezes.”
Helena Lestre, presidente da CPCJ de O. Azeméis
Necessário inverter processos de violência doméstica
“O maior número de processos que ocorrem na Comissão agora têm a ver com violências domésticas e está na hora de começarmos a pensar o que é que podemos fazer para inverter isto. Porque não era pressuposto. Era pressuposto que a minha avó, se calhar lá atrás, levasse umas bofetadas do meu avô, porque chegava a casa alcoolizado e o que estava na família, na família ficava. Hoje já não se espera isso, já estávamos à espera que a sociedade tivesse uma outra forma de estar. O que é incrível é que nós, cada vez mais, nestas campanhas, nomeadamente quando falamos sobre violência no namoro, começamos a perceber que há cada vez mais jovens a ser complacentes com essa violência. Ora, essa violência começa no namoro, vai-se manter no casamento e automaticamente vai chegar às crianças.”
Ana de Jesus, comissária da CPCJ de O. Azeméis
Escola é um parceiro importante
“É um dos nossos parceiros. É uma entidade de primeira linha e que faz um excelente trabalho, também porque tiveram um reforço agora de psicólogos. O psicólogo escolar faz orientação vocacional. Supostamente era isso que se deveria fazer. Mas agora exige-se que acompanhem noutras vertentes. Falam com os pais e só sinalizam para a CPCJ quando já não conseguem fazer nada, têm agora este novo papel. E nós quando aplicamos uma medida de promoção e proteção, solicitamos, se for necessário, o acompanhamento por parte destes psicólogos.”
Helena Lestre, presidente da CPCJ de O. Azeméis