Fajonenses, os habitantes de Fajões

Samuel de Bastos Oliveira

Samuel de Bastos Oliveira *

Sim, fajonenses são os naturais e/ou residentes na freguesia de Fajões. Já o dissemos, várias vezes, em diálogo com pessoas amigas e interessadas nestes assuntos e também já escrevemos em artigos em jornais, na revista Terras Entre Douro e Vouga, n.º 6, e em livros publicados: FAJONENSES.

Efetivamente, o primeiro nome conhecido desta terra ‘fagiones’ (‘villa fagiones’) justifica o nome gentílico ‘fajonenses’ por que devem ser denominados os naturais e/ou residentes na freguesia de Fajões.
Foi no ano de 1068 que o presbítero Auderigus doou ao presbítero Vermudo (Bermudo) a ‘villa fagiones’ e a sua ecclesia sancti Martini (a sua igreja de invocação de S. Martinho) com todos os bens herdados de seus antepassados, situados “in território portukale subtus mons castro calbo et montecello discurente ribulos antuana et ure”. (P. M. H., Diplomata et Chartae, doc. 470, págs. 293-294)
A localização da citada ‘villa fagiones’ no território portukale (futuro Portugal) e situada nas imediações do monte Castro Calbo e numa colina por onde correm os rios Antuã e Ul não deixam dúvidas de que essa ‘villa’, herdade agrícola com terras cultas e incultas, casa de senhorio e de caseiros, com arrecadações para alfaias agrícolas e géneros da exploração, e com a sua particular igreja de S. Martinho era a terra que, hoje, se chama Fajões.
Outro documento do ano de 1085, a doação de herdades ou quintas, que alvitu romariquize faz ao mosteiro de Arouca, refere ‘fagiones’, ao identificar as ‘villas’ doadas ‘Minianos, Manzores e Genestosa inter manzores et fagiones’.
(Diplom. et Chartae, documento nº 639, pág. 381)
Em termos simples, pode dizer-se que do termo ‘fagiones’ nasceu o topónimo Fajões, assim: ‘Fagiones’ – ‘Fajones’ – Fajões, por nasalação da vogal o por influência do n.
Por sua vez, do topónimo ‘fagiones’ derivou o nome gentílico fajonense (s), assim: fagion (es) – fajon + o sufixo ense  > fajonense, mantendo o ditongo nasal on do étimo latino no radical fajon, a que se adicionou o sufixo ense (=naturalidade, origem).
Outro argumento que milita a favor do gentílico Fajonense (s) é a analogia com outros gentílicos formados a partir de topónimos terminados em ães, ões, de que são exemplos os seguintes:
Topónimos: / Gentílicos:
Cucujães (de ‘Cucujanes’) / Cucujanenses; Fiães / Fianenses; Lafões / Lafonenses; Leixões / Leixonenses; Olhão / Olhanenses; Portimão / Portimonenses; S. João (da Madeira) / Sanjoanenses. 
Por estes dois fundamentos (a etimologia e a analogia com outros nomes) impõe-se o nome gentílico fajonense (s) para denominar os naturais/habitantes de Fajões, quer no discurso oral, quer na escrita. A forma ‘fajoense (s)’ é um erro crasso, que resulta dum passado inculto, de teimosia, caturrice ou ignorância que, neste século, não se compreende.  Para que raie a luz sobre as trevas, apelamos à junta de freguesia, às escolas e às coletividades de Fajões, que na oralidade e na escrita usem o legítimo gentílico da sua terra: FAJONENSE
* Colaborador do Correio de Azeméis

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